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sábado, 28 de março de 2009

Me sinto em branco e...de repente...POESIA!


Não tenho lenço,
Não tenho documento,
Não caminho contra o vento
Nem contra o Sol.
Sou filha do sonho
e da fantasia
Meus versos de poesia
São pra aqueles que sabem amar.

sou fã de mim mesma
e adoro viver
sou poeta da vida
ladeio o amor

preciso aprender
amar com paixão
Viver
um sonho
mais uma vez
beijar o beijo do sol
cantar as estrelas
no piano da vida
quebrar a insensatez

Marina

Marmeleiro, 02/12/06.

Todas as cartas de amor

Fernando Pessoa

Todas as cartas de amor são
Ridículas.

Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

Álvaro de Campos

A MISSA DO GALO

Machado de Assis

Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela trinta. Era noite de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do galo, preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite.
A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Meneses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas primas. A segunda mulher, Conceição, e a mãe desta acolheram-me bem, quando vim de Mangaratiba para o Rio de Janeiro, meses antes, a estudar preparatórios. Vivia tranqüilo, naquela casa assobradada da rua do Senado, com os meus livros, poucas relações, alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gente estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia. Nunca tinha ido ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra fazia uma careta, e as escravas riam à socapa; ele não respondia, vestia-se, saía e só tornava na manhã seguinte. Mais tarde é que eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia amores com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de casa uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a existência da comborça; mas, afinal, resignara-se, acostumara-se, e acabou achando que era muito direito.
Boa Conceição! Chamavam-lhe "a santa", e fazia jus ao título, tão facilmente suportava os esquecimentos do marido. Em verdade, era um temperamento moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas, nem grandes risos. No capítulo de que trato, dava para maometana; aceitaria um harém, com as aparências salvas. Deus me perdoe, se a julgo mal. Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto era mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma pessoa simpática. Não dizia mal de ninguém, perdoava tudo. Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar.
Naquela noite de Natal foi o escrivão ao teatro. Era pelos anos de 1861 ou 1862. Eu já devia estar em Mangaratiba, em férias; mas fiquei até o Natal para ver "a missa do galo na Corte". A família recolheu-se à hora do costume; eu meti-me na sala da frente, vestido e pronto. Dali passaria ao corredor da entrada e sairia sem acordar ninguém. Tinha três chaves a porta; uma estava com o escrivão, eu levaria outra, a terceira ficava em casa.
- Mas, Senhor Nogueira, que fará você todo esse tempo? perguntou-me a mãe de Conceição.
- Leio D. Inácia.
Tinha comigo um romance, os Três Mosqueteiros, velha tradução creio do Jornal do Comércio. Sentei-me à mesa que havia no centro da sala, e à luz de um candeeiro de querosene, enquanto a casa dormia, trepei ainda uma vez ao cavalo magro de D’Artagnan e fui-me às aventuras. Dentro em pouco estava completamente ébrio de Dumas. Os minutos voavam, ao contrário do que costumam fazer, quando são de espera; ouvi bater onze horas, mas quase sem dar por elas, um acaso. Entretanto, um pequeno rumor que ouvi dentro veio acordar-me da leitura. Eram uns passos no corredor que ia da sala de visitas à de jantar; levantei a cabeça; logo depois vi assomar à porta da sala o vulto de Conceição.
- Ainda não foi? Perguntou ela.
- Não fui; parece que ainda não é meia-noite.
- Que paciência!
Conceição entrou na sala, arrastando as chinelinhas da a1cova. Vestia um roupão branco, mal apanhado na cintura. Sendo magra, tinha um ar de visão romântica, não disparatada com o meu livro de aventuras. Fechei o livro; ela foi sentar-se na cadeira que ficava defronte de mim, perto do canapé. Como eu lhe perguntasse se a havia acordado, sem querer, fazendo barulho, respondeu com presteza:
- Não! Qual? Acordei por acordar.
Fitei-a um pouco e duvidei da afirmativa. Os olhos não eram de pessoa que acabasse de dormir; pareciam não ter ainda pegado no sono. Essa observação, porém, que valeria alguma coisa em outro espírito, depressa a botei fora, sem advertir que talvez não dormisse justamente por minha causa, e mentisse para me não afligir ou aborrecer. Já disse que ela era boa, muito boa.
- Mas a hora já há de estar próxima, disse eu.
- Que paciência a sua de esperar acordado, enquanto o vizinho dorme! E esperar sozinho! Não tem medo de almas do outro mundo? Eu cuidei que se assustasse quando me viu.
- Quando ouvi os passos estranhei; mas a senhora apareceu logo.
- Que é que estava lendo? Não diga, já sei, é o romance dos Mosqueteiros.
- Justamente: é muito bonito.
- Gosta de romances?
- Gosto.
- Já leu a Moreninha?
- Do Dr. Macedo? Tenho lá em Mangaratiba.
- Eu gosto muito de romances, mas leio pouco, por falta de tempo. Que romances é que você tem lido?
Comecei a dizer-lhe os nomes de alguns. Conceição ouvia-me com a cabeça reclinada no espaldar, enfiando os olhos por entre as pálpebras meio-cerradas, sem os tirar de mim. De vez em quando passava a língua pelos beiços, para umedecê-los. Quando acabei de falar, não me disse nada; ficamos assim alguns segundos. Em seguida, vi-a endireitar a cabeça, cruzar os dedos e sobre eles pousar o queixo, tendo os cotovelos nos braços da cadeira, tudo sem desviar de mim os grandes olhos espertos.
- Talvez esteja aborrecida, pensei eu.
E logo alto:
- D. Conceição, creio que vão sendo horas, e eu...
- Não, não, ainda é cedo. Vi agora mesmo o relógio; são onze e meia. Tem tempo. Você, perdendo a noite, é capaz de não dormir de dia?
- Já tenho feito isso.
- Eu, não; perdendo uma noite, no outro dia estou que não posso, e, meia hora que seja, hei de passar pelo sono. Mas também estou ficando velha.
- Que velha o quê, D. Conceição?
Tal foi o calor da minha palavra que a fez sorrir. De costume tinha os gestos demorados e as atitudes tranqüilas; agora, porém, ergueu-se rapidamente, passou para o outro lado da sala e deu alguns passos, entre a janela da rua e a porta do gabinete do marido. Assim, com o desalinho honesto que trazia, dava-me uma impressão singular. Magra embora, tinha não sei que balanço no andar, como quem lhe custa levar o corpo; essa feição nunca me pareceu tão distinta como naquela noite. Parava algumas vezes, examinando um trecho de cortina ou consertando a posição de algum objeto no aparador; afinal deteve-se, ante mim, com a mesa de permeio. Estreito era o círculo das suas idéias; tornou ao espanto de me ver esperar acordado; eu repeti-lhe o que ela sabia, isto é, que nunca ouvira missa do galo na Corte, e não queria perdê-la.
- É a mesma missa da roça; todas as missas se parecem.
- Acredito; mas aqui há de haver mais luxo e mais gente também. Olhe, a semana santa na Corte é mais bonita que na roça. São João não digo, nem Santo Antônio...
Pouco a pouco, tinha-se inclinado; fincara os cotovelos no mármore da mesa e metera o rosto entre as mãos espalmadas. Não estando abotoadas, as mangas, caíram naturalmente, e eu vi-lhe metade dos braços, muitos claros, e menos magros do que se poderiam supor. A vista não era nova para mim, posto que, também não fosse comum; naquele momento, porém, a impressão que tive foi grande. As veias eram tão azuis, que apesar da pouca claridade, podia contá-las do meu lugar. A presença de Conceição espertara-me ainda mais que o livro. Continuei a dizer o que pensava das festas da roça e da cidade, e de outras coisas que me iam vindo à boca. Falava emendando os assuntos, sem saber por que, variando deles ou tornando aos primeiros, e rindo para fazê-la sorrir e ver-lhe os dentes que luziam de brancos, todos iguaizinhos. Os olhos dela não eram bem negros, mas escuros; o nariz, seco e longo, um tantinho curvo, dava-lhe ao rosto um ar interrogativo. Quando eu alteava um pouco a voz, ela reprimia-me:
- Mais baixo! Mamãe pode acordar.
E não saía daquela posição, que me enchia de gosto, tão perto ficavam as nossas caras. Realmente, não era preciso falar alto para ser ouvido; cochichávamos os dois, eu mais que ela, porque falava mais; ela, às vezes, ficava séria, muito séria, com a testa um pouco franzida. Afinal, cansou; trocou de atitude e de lugar. Deu volta à mesa e veio sentar-se do meu lado, no canapé. Voltei-me, e pude ver, a furto, o bico das chinelas; mas foi só o tempo que ela gastou em sentar-se, o roupão era comprido e cobriu-as logo. Recordo-me que eram pretas. Conceição disse baixinho:
- Mamãe está longe, mas tem o sono muito leve; se acordasse agora, coitada, tão cedo não pegava no sono.
- Eu também sou assim.
- O quê? Perguntou ela inclinando o corpo para ouvir melhor.
Fui sentar-me na cadeira que ficava ao lado do canapé e repeti a palavra. Riu-se da coincidência; também ela tinha o sono leve; éramos três sonos leves.
- Há ocasiões em que sou como mamãe: acordando, custa-me dormir outra vez, rolo na cama, à toa, levanto-me, acendo vela, passeio, torno a deitar-me, e nada.
- Foi o que lhe aconteceu hoje.
- Não, não, atalhou ela.
Não entendi a negativa; ela pode ser que também não a entendesse. Pegou das pontas do cinto e bateu com elas sobre os joelhos, isto é, o joelho direito, porque acabava de cruzar as pernas. Depois referiu uma história de sonhos, e afirmou-me que só tivera um pesadelo, em criança. Quis saber se eu os tinha. A conversa reatou-se assim lentamente, longamente, sem que eu desse pela hora nem pela missa. Quando eu acabava uma narração ou uma explicação, ela inventava outra pergunta ou outra matéria, e eu pegávamos novamente na palavra. De quando em quando, reprimia-me:
- Mais baixo mais baixo...
Havia também umas pausas. Duas outras vezes pareceram-me que a via dormir; mas os olhos, cerrados por um instante, abriam-se logo sem sono nem fadiga, como se ela os houvesse fechado para ver melhor. Uma dessas vezes creio que deu por mim embebido na sua pessoa, e lembra-me que os tornou a fechar, não sei se apressada ou vagarosamente. Há impressões dessa noite, que me aparecem truncadas ou confusas. Contradigo-me, atrapalho-me. Uma das que ainda tenho frescas é que, em certa ocasião, ela, que era apenas simpática, ficou linda, ficou lindíssima. Estava de pé, os braços cruzados; eu, em respeito a ela, quis levantar-me; não consentiu, pôs uma das mãos no meu ombro, e obrigou-me a estar sentado. Cuidei que ia dizer alguma coisa; mas estremeceu, como se tivesse um arrepio de frio, voltou as costas e foi sentar-se na cadeira, onde me achara lendo. Dali relanceou a vista pelo espelho, que ficava por cima do canapé, falou de duas gravuras que pendiam da parede.
- Estes quadros estão ficando velhos. Já pedi a Chiquinho para comprar outros.
Chiquinho era o marido. Os quadros falavam do principal negócio deste homem. Um representava "Cleópatra"; não me recordo o assunto do outro, mas eram mulheres. Vulgares ambos; naquele tempo não me pareciam feios.
- São bonitos, disse eu.
- Bonitos são; mas estão manchados. E depois francamente, eu preferia duas imagens, duas santas. Estas são mais próprias para sala de rapaz ou de barbeiro.
- De barbeiro? A senhora nunca foi a casa de barbeiro.
- Mas imagino que os fregueses, enquanto esperam, falam de moças e namoros, e naturalmente o dono da casa alegra a vista deles com figuras bonitas. Em casa de família é que não acho próprio. É o que eu penso; mas eu penso muita coisa assim esquisita. Seja o que for não gosto dos quadros. Eu tenho uma Nossa Senhora da Conceição, minha madrinha, muito bonita; mas é de escultura, não se pode pôr na parede, nem eu quero. Está no meu oratório.
A idéia do oratório trouxe-me a da missa, lembrou-me que podia ser tarde e quis dizê-lo. Penso que cheguei a abrir a boca, mas logo a fechei para ouvir o que ela contava, com doçura, com graça, com tal moleza que trazia preguiça à minha alma e fazia esquecer a missa e a igreja. Falava das suas devoções de menina e moça. Em seguida referia umas anedotas de baile, uns casos de passeio, reminiscências de Paquetá, tudo de mistura, quase sem interrupção. Quando cansou do passado, falou do presente, dos negócios da casa, das canseiras de família, que lhe diziam ser muitas, antes de casar, mas não eram nada. Não me contou, mas eu sabia que casara aos vinte e sete anos.
Já agora não trocava de lugar, como a princípio, e quase não saíra da mesma atitude. Não tinha os grandes olhos compridos, e entrou a olhar à toa para as paredes.
- Precisamos mudar o papel da sala, disse daí a pouco, como se falasse consigo.
Concordei, para dizer alguma coisa, para sair da espécie de sono magnético, ou o que quer que era que me tolhia a língua e os sentidos. Queria e não queria acabar a conversação; fazia esforço para arredar os olhos dela, e arredava-os por um sentimento de respeito; mas a idéia de parecer que era aborrecimento, quando não era, levava-me os olhos outra vez para Conceição. A conversa ia morrendo. Na rua, o silêncio era completo.
Chegamos a ficar por algum tempo, - não posso dizer quanto, - inteiramente calados. O rumor único e escasso era um roer de camundongo no gabinete, que me acordou daquela espécie de sonolência; quis falar dele, mas não achei modo. Conceição parecia estar devaneando. Subitamente, ouvi uma pancada na janela, do lado de fora, e uma voz que bradava: "Missa do galo! missa do galo!"
- Aí está o companheiro, disse ela levantando-se. Tem graça; você é que ficou de ir acordá-lo, ele é que vem acordar você. Vá que hão de ser horas; adeus.
- Já serão horas? Perguntei.
- Naturalmente.
- Missa do galo! Repetiram de fora, batendo.
-Vá, vá não se faça esperar. A culpa foi minha. Adeus; até amanhã.
E com o mesmo balanço do corpo, Conceição enfiou pelo corredor dentro, pisando mansinho. Saí à rua e achei o vizinho que esperava. Guiamos dali para a igreja. Durante a missa, a figura de Conceição interpôs-se mais de uma vez, entre mim e o padre; fique isto à conta dos meus dezessete anos. Na manhã seguinte, ao almoço, falei da missa do galo e da gente que estava na igreja sem excitar a curiosidade de Conceição. Durante o dia, achei-a como sempre, natural, benigna, sem nada que fizesse lembrar a conversação da véspera. Pelo Ano-Bom fui para Mangaratiba. Quando tornei ao Rio de Janeiro, em março, o escrivão tinha morrido de apoplexia. Conceição morava no Engenho Novo, mas nem a visitei nem a encontrei. Ouvi mais tarde que casara com o escrevente juramentado do marido.


Fonte: Contos Consagrados - Machado de Assis - Coleção Pretígio - Ediouro - s/d. Análise: Lena Leal
A frase inicial já nos leva a ambiguidade: "Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela trinta." Como entender, se nem mesmo o narrador entende? É a marca e a técnica que Machado usa em sua narrativa. Teremos sim que tentar elucidar o mistério da alma humana.
O enredo
Missa do galo é um conto de Machado de Assis, que não nos traz revelações surpreendentes, porém, como é próprio do autor, está carregado de reflexões do fundo da alma mostrando-nos as várias faces do comportamento humano. È um traço doce e melancólico sobre a relação homem mulher. Ele faz questão de mostrar o cenário e através dele nos envolve. Ele não faz questão de descrever as suas personagens e é uma característica do Naturalismo. Ele prefere descrever o lado psicológico delas e isso faz uma ruptura entre o que é real e o que é psicológico. É considerado moderno por justamente criar essa atmosfera de um flagrante do nosso dia-a-dia.
A estrutura
Toda a trama acontece na sala da frente, de uma casa mal assombrada, localizada na Rua do Senado, Rio de Janeiro. Havia uma mesa no centro da sala, algumas cadeiras, cortina na janela, um canapé e um espelho. Nas paredes, dois quadros completavam aquela atmosfera de cumplicidade entre Conceição e Nogueira.
O conto mostra o encontro e o tímido diálogo entre um jovem e uma senhora casados numa noite de Natal. Praticamente nada acontece entre os dois. Mas Machado parece dizer que, onde nada acontece, tudo pode acontecer e para que o percebamos, é preciso ler nas entrelinhas as marcas do desejo não explícito.
A complicação começa quando Conceição entra na sala onde Nogueira estava lendo um romance, fazendo hora e esperando pela meia-noite. O enredo segue descrevendo o inesperado encontro, numa noite de natal, entre um rapaz com dezesseis anos e uma mulher madura de trinta, que se mostrava camarada e compreensiva. Nogueira não acreditou na explicação e verificou que os olhos de Conceição "Não eram de pessoa que acabasse de dormir. Pareciam não ter ainda pegado sono".
O clímax da narrativa ocorre quando Conceição fica inquieta, andando de um lado para o outro e, quando se senta, cruza as pernas de uma maneira sensual, despertando a libido de Nogueira, que via em Conceição uma mulher “linda, lindíssima (...)”.
O desfecho, o encanto daquele momento termina quando o vizinho bate na janela, chamando Nogueira à Missa do Galo. Daquele dia em diante, nunca mais Nogueira conversou ou escreveu para Conceição. Restou-lhe somente a imagem do balanço do corpo de Conceição, enfiando-se pelo corredor, pisando mansinho, e sumindo de sua vida, deixando na lembrança de Nogueira, a incompreensão daquela “conversação” que teve com uma senhora, há muitos anos atrás.
O próprio narrador não consegue entender o que aconteceu naquela noite: "Há impressões dessa noite que me aparecem truncadas ou confusas", chegando até mesmo a mudar seus relatos a respeito de Conceição, que no início era somente simpática e se transforma em uma linda, belíssima mulher. Começamos a mudar nossas formas de enxergar também, somos conduzidos, levados pela narrativa. Seduzindo-nos sutilmente até chegar ao clímax seco, característica de Machado de Assis. As personagens se revelam e a sessão de análise chega ao fim. É o chamado que vem de fora: "Missa do Galo! – repetiram de fora batendo". É o momento de o nosso despertar, e o galo canta.
A linguagem
Machado usa um vocabulário e algumas construções sintáticas que às vezes parecem antigas, mas é a pura modernidade estilística.
As figuras presentes no texto
O autor nos mostra um lado pessimista e irônico a respeito do amor: “Mais baixo, a mamãe pode acordar.” “E não saía daquela posição, que me enchia de gosto, tão perto ficavam as nossas caras. [...] Afinal cansou; trocou de atitude e de lugar.Deu volta à mesa e veio sentar-se do meu lado, no canapé. Voltei-me e pude ver, a furto, o bico das chinelas; mas foi só tempo que ela gastou em sentar-se, o roupão era comprido e cobriu-as logo...” “O quê? Perguntou ela inclinando o corpo para ouvir melhor.”
Percebemos também a presença da metáfora: "é a mesma missa da roça e que todas as missas se parecem.",“...a impressão que tive foi grande. As veias eram tão azuis, que apesar da pouca claridade, podia contá-las do meu lugar.”
Foco narrativo
Conto narrado em primeira pessoa: “eu repeti-lhe o que ela sabia, isto é, que nunca ouvira missa do galo na Corte e não queria perdê-la.” E uma conversa inesperada vai acontecendo misturando-se à sensualidade, que é marca nos contos de Machado.
Estilo literário
Naturalista, pois os romances naturalistas se destacam pela abordagem extremamente aberta do sexo e pelo uso da linguagem falada. O resultado é um diálogo vivo e extraordinariamente verdadeiro, que na época foi considerado até chocante de tão inovador. Ao ler uma obra naturalista, tem-se a impressão de estar lendo uma obra contemporânea, que acabou de ser escrita.
Tempo
O tempo enleia e passa por dimensões por assim dizer elásticas, pois temos a sensação de mergulharmos naqueles momentos eternos e as horas não passam e nem temos a vontade de deixa-las passar, pois nosso sentimento, nosso lado psicológico foi afetado, ficamos hipnotizados até o desfecho.
Análise das personagens
D. Conceição é a personagem que dá espaço à esta viagem ao psique humano. O narrador, seu Nogueira – naquela ocasião com seus 17 anos de idade, é um personagem que participa da história e dá pistas ao leitor sobre a noite de Natal que tanto o intrigou. D. Conceição é uma personagem que vai crescendo ao longo da narrativa e torna-se uma mulher envolvente, sedutora. O jovem cheio de vigor vai percebendo D. Conceição e nos retrata-a.
As feições de Conceição, não são reveladas, mas deixa pistas para que o leitor observe seus movimentos sutis, como descreve em certos trechos: “De vez em quanto passava a língua pelos beiços, para umedecê-los. Em seguida, vi-a endireitar a cabeça, cruzar os dedos e sobre eles pousar o queixo, tendo os cotovelos nos braços da cadeira, tudo sem desviar de mim os grandes olhos espertos”. Em outra cena, a sensualidade de Conceição é latente quando o narrador observa que as mangas do roupão branco, que Conceição usava, não estavam abotoadas e deixava metade dos braços aos olhos de Nogueira.
Além do jovem Nogueira e Dona Conceição, outras personagens são citadas durante a narrativa; Dona Inácia, mãe de Conceição e duas escravas. Há ainda um vizinho, o qual era esperado pelo narrador, para juntos, irem à Missa do Galo.
O espaço
Descrevendo o perfil físico de Conceição, o narrador, através de seu olhar, abre as possibilidades de visualização de cenas e de leitura ao leitor, que vai desvendando, analisando a personagem principal, o ambiente, as situações, como se estivesse em um consultório de psicanálise. Tudo é elaborado para que aquele que lê não tenha pressa de encontrar o desfecho. A sala pouco iluminada, a conversa entre Nogueira e Conceição meio interrompida pelos silêncios que se formavam é o espaço adequado para que se reconstrua, pouco a pouco, o cenário realizado pela narrativa.
Pretensões do autor ao falar das conversas entre as personagens
Nosso interior é aguçado, nos envolvemos, mas a narrativa mostra a realidade social da época e o autor deixa claro quando fala da escravidão que é citada pelo narrador personagem: “A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas escravas.” E as usa como figura de linguagem para mostrar a escravidão da mulher, submissas aos maridos, pois D. Conceição mesmo sendo traída pelo marido permanecia passiva aceita a “outra” que era tida pela sociedade como mulher avançada: “...mas afinal, resignara-se, acostumara-se, e acabou achando que era muito direito.”
Há segundas intenções nas ações de D. Conceição. Percebemos que se sente perturbada e vai até a sala: “Entretanto, um pequeno rumor que ouvi dentro veio acordar-me da leitura.” “Conceição entrou na sala, arrastando as chinelinhas da alcova.” “Tinha um ar de visão romântica, não disparatava com meu livro de aventuras.”
Nogueira também tem segundas intenções em suas palavras "Já disse que ela era boa, muito boa" usa o advérbio “bom” com dois significados diferentes.
As mulheres daquela época liam romances superficiais como é o caso de A moreninha, citado na obra, em que a mulher era apenas uma “sinhazinha”, dominada pelo pai.
A narrativa segue e naquela noite de Natal, a clima que envolve as personagens é sedutora e misteriosa.
São olhares que se fixam "... perto ficavam nossas caras" “... sem desviar de mim os grandes olhos espertos gestos.", é uma aproximação do outro, são as partes do corpo que se mostram sutilmente “... e eu vi-lhe metade dos braços muito claros, e menos magros..." é o toque "... pôs as mãos no meu ombro...”, são as sensações e percepções que se fazem sentir '... como se tivesse um arrepio de frio..." . Enfim, nada é revelado, os vazios vão se formando e mais uma vez o leitor participa da história, preenche-os vazios ou não: tudo dependerá de seu repertório, por isso é uma narrativa aberta.
Existem momentos em que parece que tudo irá ser revelado, mas não se consegue perceber nitidamente o que acontece, pois o conto passa-se no interior de nossa imaginação. E o interior do ser humano é inesperado.

A arte da sobrevivência

Um fazendeiro colecionava cavalos e só faltava uma determinada raça.

Um dia ele descobriu que o seu vizinho tinha este determinado cavalo. Assim, ele atazanou seu vizinho até conseguir comprá-lo.

Um mês depois o cavalo adoeceu, e ele chamou o veterinário:

-Bem, seu cavalo está com uma virose, é preciso tomar este medicamento durante 3 dias, no terceiro dia eu retornarei e caso ele não esteja melhor, será necessário sacrificá-lo.

Neste momento, o porco escutava toda a conversa.

No dia seguinte deram o medicamento e foram embora. O porco se aproximou do cavalo e disse:

- Força amigo! Levanta daí, senão você será sacrificado!!!

No segundo dia, deram o medicamento e foram embora. O porco se aproximou do cavalo e disse:

- Vamos lá amigão, levanta senão você vai morrer! Vamos lá, eu te ajudo a levantar... Upa! Um, dois, três.

No terceiro dia deram o medicamento e o veterinário disse:

-Infelizmente, vamos ter que sacrificá-lo amanhã, pois a virose pode contaminar os outros cavalos.

Quando foram embora, o porco se aproximou do cavalo e disse:

- Cara é agora ou nunca, levanta logo! Coragem! Upa! Upa! Isso, devagar! Ótimo, vamos, um, dois, três, legal, legal, agora mais depressa vai... Fantástico! Corre, corre mais! Upa! Upa! Upa!!!
Você venceu, Campeão!!!

Então de repente o dono chegou, viu o cavalo correndo no campo e gritou:

- Milagre!!! O cavalo melhorou. Isso merece uma festa..."Vamos matar o porco!!!"

Isso acontece muito dentro de uma empresa e ninguém percebe, quem é o funcionário que merece o mérito pelo sucesso. Saber viver e ser reconhecido é uma arte.

http://velhosabio.com.br - acessado em 28/03/09.

terça-feira, 24 de março de 2009

Você sabe o que é a CONAE?

A CONAE será um importante espaço democrático para a construção de diretrizes para a política nacional de educação e dos seus marcos regulatórios, na perspectiva da inclusão, igualdade e diversidade.

A Conferência Nacional de Educação será realizada de 23 a 27 de abril de 2010, contemplando a Educação Básica, a Profissional e a Superior.

A Conferência Estadual de Educação deverá ocorrer até 30 de novembro de 2009.

As Conferências Municipais de Educação / Intermunicipais / Regional deverão acontecer até 30 de junho de 2009.

Diferenças:
Conferência Municipal: o município realizará a conferência individualmente.
Conferência Intermunicipal: vários municípios se unem e realizam a conferência numa das cidades.

Conferência Regional: há conferência em todos os municípios da região e uma, regional, fazendo a compilação de todas.

SEGMENTOS
Todos os níveis, etapas e modalidades de ensino das
Redes Públicas e Privadas – Municipais, Estaduais e Federal
• Gestores;
• Trabalhadores da Educação;
• Estudantes;
• Pais e Mães/responsáveis de estudantes.

RESPONSÁVEIS PELA ORGANIZAÇÃO DAS CONFERÊNCIAS MUNICIPAIS NAS REGIÕES :
(1) representante do Núcleo Sindical da APP-Sindicato;
(1) representante do NRE;
(1) representante do Poder Público Municipal ou da UNDIME.
(1) representante de entidades que representem os trabalhadores da educação no município;
(1) representantes da rede municipal de educação;
(1) representante dos estudantes;
(1) representante de pais e mães/responsáveis.

TEMA
Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educação: O Plano Nacional de Educação, Diretrizes e Estratégias de Ação.
Por que realizar a CONAE?
É o mais importante espaço democrático para a construção da política nacional de educação e de seus marcos regulatórios, na perspectiva da inclusão, igualdade e diversidade.

A CONAE se estruturará em seis eixos temáticos:
I – Papel do Estado na Garantia do Direito à Educação de Qualidade: Organização e Regulação da Educação Nacional;
II – Qualidade da Educação, Gestão Democrática e Avaliação;
III – Democratização do Acesso, Permanência e Sucesso Escolar.
IV – Formação e Valorização dos Trabalhadores em Educação.
V – Financiamento da Educação e Controle Social.
VI – Justiça Social, Educação e Trabalho: Inclusão, Diversidade e Igualdade.

OBJETIVO
O principal objetivo é a mobilização social em prol da educação para o enfrentamento de cinco grandes desafios:
a) construção de um Sistema Nacional de Educação responsável pela institucionalização de orientação política comum e de trabalho permanente do Estado e da sociedade na garantia do direito à educação;
b) mobilização nacional pela qualidade e valorização da Educação Básica e Educação Superior;
c) subsidiar políticas públicas de educação articuladas entre os sistemas;
d) que estas políticas públicas de educação promovam a formação integral com qualidade;
e) universalização e qualidade social da educação básica e superior.

PAPEL DA SOCIEDADE CIVIL
Discutir sobre concepções, limites e potencialidades das políticas para a educação nacional, pois propiciará os marcos para a construção de um novo plano nacional de educação com ampla participação da sociedade civil e política. O processo poderá possibilitar, ainda, a problematização e aprofundamento da discussão sobre a responsabilidade educacional.
Garantir que os acordos e consensos produzidos na CONAE redundem em políticas públicas de educação, que se consolidarão em diretrizes, estratégias, planos, programas, projetos, ações e proposições pedagógicas e políticas, capazes de fazer avançar o panorama educacional, no Brasil. Necessário financiamento!
Existe um Documento de Referência da Conferência Nacional de Educação que desenvolve o tema central da CONAE: "Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educação:O PLano Nacional de Educação, suas Diretrizes e Estratégias de Ação", disponível em
www.mec.gov.br e no portal da educação do Estado do Paraná www.diadiaeducacao.pr.gov.br

Para quem gosta de Poesia


Sonhos

Meu compromis-so é com o amanhã
porque o amanhã é hoje
O hoje me dá a esperança
esperança de crescer, de fazer acontecer...

Fazer acontecer é ter sonhos inventados
ilusões exageradas
paixões encantadas!

Sonhar...
lançar nossas redes ao mar desconhecido...
para o futuro ...
fazer da palavra ação de amor
de liberdade
de justiça
de descoberta,

amor por você
pela vida
pela construção livre
pelo sonho da transformação
pelo olhar...
da tessitura do educar
hoje e o amanhã na rede da imaginação
rede em que nos construímos
e somos construção
dividimos intenções
multiplicamos descobertas
realizamos mobilizações.

Há de se dizer
que a vida
é uma eterna busca
busca de significados
para sonhos ao amanhecer
no ontem, no hoje, no amanhã
basta querer...
e na teia não se prender.

Basta
Pintar a palavra com poesia
A poesia com o sonho
O sonho com alegria.
Basta acreditar que você
pode mudar e mudar-se
Sonhar
para não se perder
Se você se perder
Como o sonho poderá realizar?

Marina
Marmeleiro, 23 de outubro de 2007.

domingo, 22 de março de 2009

Carpem Die



"Palavras e ideias podem mudar o mundo".


"Lemos e escrevemos poesia porque somos humanos".


Filme: Sociedade dos Poetas Mortos.

Poema de domingo



Magia,
Versos de poesia
tentacão
flores
essência
tempero do amor
e da flor
Paixão.
Ao meu lado,
a Lua,
ao seu lado
o Sol.
Perto de nós
o mundo
Palavras e
faceirices de um grande amor.

Marina - 22/03/09, domingo, 14h.

sábado, 21 de março de 2009

CRÔNICA - O PERU DE NATAL

Lá se vai mais um ano. Quem anuncia o novo ano é o Peru de Natal que morreu degolado, estrebuchado; congelado, descongelado e, finalmente recheado das mais diversas maneiras nas mesas natalinas. Nem vamos falar do preço! Afinal, Natal, é prenúncio de novo ano, e a figura principal é Jesus. E por Ele vamos à missa do galo.

Peru faz parte da festa natalina. Mas foi importado das ceias de natal portuguesas.
As aves de Natal são o peru e o galo. Por que recheamos peru (carne nobre) no Natal e, por que missa do Galo? Acredite nada tem a ver com a terra “brasilis”.
Há vários mitos. Peru tem a ver com Ação de Graças americano. Cristóvão Colombo quando chegou à América ficou tão fascinado com o sabor do peru e com a rapidez de seu crescimento que o trouxe para a Europa. Os faisões, cisnes e gansos, que eram servidos na Europa em grandes banquetes, rapidamente foram substituídos pelo peru americano. Assim aparece o peru na ceia de natal portuguesa. Já o galo acredita-se anuncia o fim de uma noite de trevas e o começo do nascimento de Jesus. Segundo a lenda, em Roma, ano 400, um galo cantou à meia-noite do dia que Jesus nasceu. Ora, os galos cantam ao amanhecer... Então, criou-se o hábito de levar um galo à missa da meia-noite de 24 de dezembro para que ele cantasse ( co, co, riiii, coooo)! Daí a tradição da missa do galo. Entende-se o porquê de ninguém comer galo... nem galinha na noite de Natal.!Também nunca vi um galo ser levado à missa do galo! (Donde se vê que as tradições, se perdem no tempo)... E o pobre peru sofre a consequência da história na mesa de Natal.

Todo ano fico insegura ao colocá-lo no forno. Olho aquela pobre ave, sem saber muito que fazer para torná-la mais apetitosa, apesar das dicas do fabricante.
Navego pela internet em busca do peru mais saboroso. É tanta receita que fico com medo de arriscar. Analiso as sugestões, geralmente, os ingredientes estão além da minha região e aquém do meu poder aquisitivo. Debruço-me na minha receita tradicional, pois, ao longo dos natais, aprendi as receitas que agradam à família.
Uma leitura daqui, uma pitada dali, acaba incrementando o tal peru. Lá vai ele para o forno, em papel de alumínio.
O cheirinho de carne assada aos poucos aguça a gula. (Bom, muito bom, sinal de que a ave promete).

E de repente... o gás, ... pufff..! - Oh, Deus, logo agora, o que acontecerá com o peru de Natal? Por que gás se esvai sempre no momento menos oportuno?
- Pai, depressa, o gás, terminou! O peru vai encruar, grito desesperada!...
Papai desce as escadas correndo pra garagem. Ufa!... E sobe com outro botijão!
O fogo volta e continuo desconfiada de que o peru está prejudicado...
Não quero fazer feio na noite de Natal! Mesa recheada de iguarias e enfeites. Abro o forno, desconfiada, afasto o papel laminado, jogo o caldo sobre o peru conforme instruções; sapeco minhas mãos; queimo os dedos, sapeco aqui, sapeco ali...
Lembro-me - dias atrás li numa reportagem que cozinhar deixa marcas... E o prazer do cozinheiro é ostentar as marcas como troféu!...Aiiiii!
Enquanto isso... Corro pra lá e pra cá buscando dar à mesa natalina um toque especial. O pessoal que espera o peru joga conversa fora frente à televisão, os mais novos enfrentam seu narcisismo no espelho brincando de ficar elegantes, uns poucos foram à missa do galo. Crianças correm e gritam por aqui e ali, beliscam furtivamente. Que cheirinho bom, tia! Tilintar de telefones. Músicas de Natal, luzes coloridas enfeitam a casa, risos, perfumes no ar. Vida. Família. União. Esperança. Solidariedade. Respeito. Força de vontade. Sonhos. Sorrisos. Lágrimas. Saúde. Nossa profissão. Amor aos pais pratos servido à mesa com toalha decorada. Motivos natalinos. Velas, pratos, copos e talheres para esse momento tão sublime!
Abro a tampa do forno na minha solidão de cozinheira. Bocejo. Ufa! Que cansaço! Apesar do apagão momentâneo o peru promete...
Cheirinho divino e até “pecaminoso” de carne tenra toma conta de toda casa. Dou-lhe novamente banho de calda que escorre entre o papel laminado. E “queima” contra o calor do forno. Ninguém agüenta o cheirinho do peru. E aos poucos correm à mesa, sentam-se. Calma pessoal! Ajudem-me a tirá-lo do forno. Mãos não faltam. As minhas, sapecadas, ficam de lado. E a mesa sublime está composta com os apóstolos da minha família e de tantas outras famílias. Obrigada, Senhor! Rezamos de mãos dadas.
Brindamos a nova vida. E a vida em família. E a outros tantos natais.

Prof.ª Marina Nicéia Cunha
Língua Portuguesa e Literatura
Colégio Estadual de Marmeleiro

Crônica publicada no Jornal de Beltrão em 2008.

Respeite os direitos autorais.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Pagu, A Mulher.

NOTHING

Nada nada nada
Nada mais do que nada
Porque vocês querem que exista apenas o nada
Pois existe o só nada
Um pára-brisa partido uma perna quebrada
O nada
Fisionomias massacradas
Tipóias em meus amigos
Portas arrombadas
Abertas para o nada
Um choro de criança
Uma lágrima de mulher à-toa
Que quer dizer nada
Um quarto meio escuro
Com um abajur quebrado
Meninas que dançavam
Que conversavam
Nada
Um copo de conhaque
Um teatro
Um precipício
Talvez o precipício queira dizer nada
Uma carteirinha de travel's check
Uma partida for two nada
Trouxeram-me camélias brancas e vermelhas
Uma linda criança sorriu-me quando eu a abraçava
Um cão rosnava na minha estrada
Um papagaio falava coisas tão engraçadas
Pastorinhas entraram em meu caminho
Num samba morenamente cadenciado
Abri o meu abraço aos amigos de sempre
Poetas compareceram
Alguns escritores
Gente de teatro
Birutas no aeroporto
E nada.

Pagu/Patricia Rehder Galvão
Publicado n'A Tribuna, Santos/SP, em 23/09/1962.


Patrícia, a PAGU, nasceu na cidade de São João da Boa Vista, no dia 14 de junho de 1910 às 2 horas da tarde, na casa nº 21 da antiga Rua São João (hoje Getúlio Vargas). A casa onde nasceu Patrícia embora construída de taipa e barro sovado, era sólida e de boa aparência. Depois de reconstruída, o Sr. Antônio Balestrin passou a residir ali com a família, instalando nela inclusive, sua fábrica de móveis. Patrícia era filha do Dr.Thiers Galvão de França, advogado e jornalista e de Adélia Rehder Galvão, filha da tradicional família Rehder. Foram seus avós paternos Joaquim Galvão Freire de França e Guilhermina Galvão e avós maternos Germano Rehder Sobrinho e Ordália Aguiar Rehder. Dr.Thiers e D.Adélia casaram-se em 1902, ele com 28 anos e ela com 18 anos. Dessa união nasceram 4 filhos: Conceição, Homero, Patrícia e Sidéria. A última nasceu quando a família já morava em São Paulo.

1930. Casa com Oswald. Nasce Rudá de Andrade.

Pague Oswald se casaram em janeiro de 1930. Rudá nasceu em 25 de setembro de 1930. A Pagu já tinha então algumas experiências de comunismo e quem cuidou do bebê foi uma enfermeira do Hospital chamada Lúcia, que foi levada pra casa dela e virou comunista também e mais tarde ficou presa com ela. Em março de 1931 fundam o jornal tablóide "O Homem do Povo". O jornal, no qual Pagu escrevia artigos, fazia desenhos, charges e vinhetas, além de assinar a seção "A Mulher do Povo" em que criticava as feministas da elite e as classes dominantes, durou apenas oito números, tendo sua circulação sendo impedida pela polícia. A experiência no jornal O Homem do Povo rendera a Pagu a condenação de dois anos de prisão, evitados com uma fuga para a Argentina. Pagu encontrou-se com Luis Carlos Prestes, também refugiado em Buenos Aires, em 1930. “Um aspecto curioso é que nos encontramos num bar e, sem sair da mesa, conversamos durante 48 horas”, exagera Pagu. Para ela essa conversa foi decisiva. Pagu já é militante. Na volta ao Brasil,em dezembro em 1930, filia-se ao Partido Comunista.

1931. Pagu e Oswald editam o Jornal HOMEM DO POVO.

Oswald e Pagu passaram a editar o jornal O HOMEM DO POVO, a tribuna para os seus disparos irreverentes. Imprensa nanica que utilizava-se de uma linguagem ferina e bem humorada, tratando com humor e sem piedade, temas e pessoas evidentes no cenário político, religioso e social. Este pasquim teve uma vida curta, de apenas oito edições. Pagu colaborava com cartoons, tiras de humor, opinava nas revoluções gráficas e assinava a coluna A MULHER DO POVO, onde exercitava a polêmica, utilizando como pano de fundo pensamento marxista, como na 1ª edição de 17 de março de 1931, quando escreveu o artigo Maltus Além, trocadilho com Matusalém, o ancião da Bíblia e as pregações celibatárias do pastor Maltus. Pagu criticava, no artigo, o feminismo em nome do materialismo histórico e defendia a vinculação das reivindicações feministas a uma transformação global das relações sociais, já que eram as condições mentais e materiais da sociedade que vinculavam a figura da mulher a uma suposta inferioridade. A irreverência de O HOMEM DO POVO foi a responsável pelo seu próprio, fim. Oswald, ex-aluno da Escola de Direito do Largo de São Francisco, em artigo, denominou esta tradicional instituição de ensino como um “cancro que mina o nosso estado”. Após esta declaração, os estudantes empastelaram o jornal.

Em Santos, Pagu é presa pela primeira vez.

Em agosto de 1931, como militante comunista, Pagu participa do comício do Partido e dos estivadores em Santos, na Praça da República. Escolhida como principal oradora , ela é agarrada por policiais, que tentam amordaçá-la. O estivador negro Herculano de Souza vai em sua defesa, é baleadoe ela levanta do chão sua cabeça ensangüentada. Ele morre em seu colo. Pagu é presa e levada ao cárcere 3, na Praça dos Andradas, considerada a “pior cadeia do continente”, onde permanece duas semanas. Transforma-se assim na primeira mulher presa no Brasil por militância política.

O apelido Pagu foi dado por Raul Bopp,teria mostrado a Raul alguns poemas e, na mesma ocasião, o poeta sugeriu que ela adotasse um “nome de guerra” literário. Sugeriu Pagu, brincando com as sílabas do nome da escritora, que Bopp equivocadamente acreditava se chamar Patrícia Goulart.

COCO DE PAGU
(Raul Bopp)

Pagu tem os olhos moles
uns olhos de fazer doer.
Bate-coco quando passa.
Coração pega a bater.

Eh Pagu eh!
Dói porque é bom de fazer doer.

Passa e me puxa com os olhos
provocantissimamente.
Mexe-mexe bamboleia
pra mexer com toda gente.

Eh Pagu eh!
Dói porque é bom de fazer doer.

Toda a gente fica olhando
o seu corpinho de vai-e-vem
umbilical e molengo
de não-sei-o-que-é-que-tem.

Eh Pagu eh!
Dói porque é bom de fazer doer.

Quero porque te quero.
Nas formas do bem-querer.
Querzinho de ficar junto
que é bom de fazer doer.

Eh Pagu eh!
Dói porque é bom de fazer doer.

Por seu ideal político, foi presa mais de 20 vezes!

12 de dezembro de 1962. Morre Patrícia Rehder Galvão - a Pagu

“Deu-se esta semana uma baixa nas fileiras de um agrupamento de raros combatentes. Ausência desde 12 de dezembro de 1962, que pede seu registro do companheiro humilde, que assina estas linhas. Patrícia Galvão morreu neste dia de primavera, nessa quarta-feira, às 16 horas (...) Morreu aqui em Santos, a cidade que mais amava, na casa dos seus, entre a Irmã e a Mãe que a acompanhavam, naquele momento e, felizmente, em poucos minutos, apenas sufocada pelo colapso que a impedia de respirar, pela última palavra que pedia ainda liberdade, ‘desabotoa-me esta gola’”. (Geraldo Ferraz, A Tribuna, 16/12/1962).

Depoimentos sobre Pagu

"Dentro desta mulher, longe de condicionamentos e repressões estéticas, literárias, sexuais, sociais e culturais, topamos com a leveza dos traços, quase infantis, característicos de uma Arte Moderna, que retratam a sensibilidade de sua alma".

Maria Lúcia Teixeira Furlani

“Pagu foi pioneira nas ideias e na ação, transcendeu seu tempo, por ousar sofreu, sentiu ostracismo, foi perseguida, presa, torturada, não se vergou, não se entregou. Somente a doença venceu-a. A vida do espírito, porém, desconhece a morte. Fez história. É sanjoanense.”

Maria Célia Campos Marcondes.

http://www.mulheresdesaojoao.com.br/site/pagu_biografia.php - acessado 20/03/09.

Carta a Mário de Sá-Carneiro

Escrevo-lhe hoje por uma necessidade sentimental - uma ânsia aflita de falar consigo. Como de aqui se depreende, eu nada tenho a dizer-lhe. Só isto - que estou hoje no fundo de uma depressão sem fundo. O absurdo da frase falará por mim.

Estou num daqueles dias em que nunca tive futuro. Há só um presente imóvel com um muro de angústia em torno. A margem de lá do rio nunca, enquanto é a de lá, é a de cá; e é esta a razão íntima de todo o meu sofrimento. Há barcos para muitos portos, mas nenhum para a vida não doer, nem há desembarque onde se esqueca. Tudo isto aconteceu há muito tempo, mas a minha mágoa é mais antiga.

Em dias da alma como hoje eu sinto bem, em toda a minha consciência do meu corpo, que sou a crianca triste em quem a vida bateu. Puseram-me a um canto de onde se ouve brincar. Sinto nas mãos o brinquedo partido que me deram por uma ironia de lata. Hoje, dia catorze de Marco, às nove horas e dez da noite, a minha vida sabe a valer isto.

No jardim que entrevejo pelas janela caladas do meu sequestro, atiraram com todos os baloucos para cima dos ramos de onde pendem; estão enrolados muito alto; e assim nem a ideia de mim fugido pode, na minha imaginacão, ter baloucos para esquecer a hora.

Pouco mais ou menos isto, mas sem estilo, é o meu estado de alma neste momento. Como à veladora do "Marinheiro" ardem-me os olhos, de ter pensado em chorar. Dói-me a vida aos poucos, a goles, por interstícios. Tudo isto está impresso em tipo muito pequeno num livro com a brochura a descoser-se.

Se eu não estivesse escrevendo a você, teria que lhe jurar que esta carta é sincera, e que as coisas de nexo histérico que aí vão saíram espontâneas do que me sinto. Mas você sentirá bem que esta tragédia irrepresentável é de uma realidade de cabide ou de chávena - chia de aqui e de agora, e passando-se na minha alma como o verde nas folhas.

Foi por isto que o Príncipe não reinou. Esta frase é inteiramente absurda. Mas neste momento sinto que as frases absurdas dão uma grande vontade de chorar.

Pode ser que, se não deitar hoje esta carta no correio amanha, relendo-a, me demore a copiá-la à máquina, para inserir frases e esgares dela no "Livro do Desassossego". Mas isso nada roubará à sinceridade com que a escrevo, nem à dolorosa inevitabilidade com que a sinto.

As últimas notícias são estas. Há também o estado de guerra com a Alemanha, mas já antes disso a dor fazia sofrer. Do outro lado da Vida, isto deve ser a legenda duma caricatura casual.

Isto não é bem a loucura, mas a loucura deve dar um abandono ao com que se sofre, um gozo astucioso dos solavancos da alma, não muito diferentes destes.

De que cor será sentir?

Milhares de abraços do seu, sempre muito seu,

http://www.fernandopessoa.prosaeverso.net/blog.php?modelo=17 -acessado 20/03/09

O QUE SERÁ A CONAE?



A Conferência Nacional de Educação a será realizada de 23 a 27 de abril de 2010, contemplan-do a Educação Básica, a Profissional e a Superior.

A Conferência Estadual de Educação deverá ocorrer até 30 de novembro de 2009.

As Conferências Municipais de Educação / Intermunicipais / Regional deverão acontecer até 30 de junho de 2009.

Diferenças:
Conferência Municipal: o município realizará a conferência individualmente.
Conferência Intermunicipal: vários municípios se unem e realizam a conferência numa das cidades.

Conferência Regional: há conferência em todos os municípios da região e uma, regional, fazendo a compilação de todas.

SEGMENTOS
Todos os níveis, etapas e modalidades de ensino das
Redes Públicas e Privadas – Municipais, Estaduais e Federal
• Gestores;
• Trabalhadores da Educação;
• Estudantes;
• Pais e Mães/responsáveis de estudantes.

RESPONSÁVEIS PELA ORGANIZAÇÃO DAS CONFERÊNCIAS MUNICIPAIS NAS REGIÕES :
(1) representante do Núcleo Sindical da APP-Sindicato;
(1) representante do NRE;
(1) representante do Poder Público Municipal ou da UNDIME.
(1) representante de entidades que representem os trabalhadores da educação no município;
(1) representantes da rede municipal de educação;
(1) representante dos estudantes;
(1) representante de pais e mães/responsáveis.

TEMA
Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educação: O Plano Nacional de Educação, Diretrizes e Estratégias de Ação.
Por que realizar a CONAE?
É o mais importante espaço democrático para a construção da política nacional de educação e de seus marcos regulatórios, na perspectiva da inclusão, igualdade e diversidade.

A CONAE se estruturará em seis eixos temáticos:
I – Papel do Estado na Garantia do Direito à Educação de Qualidade: Organização e Regulação da Educação Nacional;
II – Qualidade da Educação, Gestão Democrática e Avaliação;
III – Democratização do Acesso, Permanência e Sucesso Escolar.
IV – Formação e Valorização dos Trabalhadores em Educação.
V – Financiamento da Educação e Controle Social.
VI – Justiça Social, Educação e Trabalho: Inclusão, Diversidade e Igualdade.
OBJETIVOS
a) construção de um Sistema Nacional de Educação responsável pela institucionalização de orientação política comum e de trabalho permanente do Estado e da sociedade na garantia do direito à educação;
b) mobilização nacional pela qualidade e valorização da Educação Básica e Educação Superior;
c) subsidiar políticas públicas de educação articuladas entre os sistemas;
d) que estas políticas públicas de educação promovam a formação integral com qualidade;
e) universalização e qualidade social da educação básica e superior.

PAPEL DA SOCIEDADE CIVIL
Discutir sobre concepções, limites e potencialidades das políticas para a educação nacional, pois propiciará os marcos para a construção de um novo plano nacional de educação com ampla participação da sociedade civil e política. O processo poderá possibilitar, ainda, a problematização e aprofundamento da discussão sobre a responsabilidade educacional.
Garantir que os acordos e consensos produzidos na CONAE redundem em políticas públicas de educação, que se consolidarão em diretrizes, estratégias, planos, programas, projetos, ações e proposições pedagógicas e políticas, capazes de fazer avançar o panorama educacional, no Brasil. Necessário financiamento!

PROPOSTA DOS PAIS
a) Em relação às ações prioritárias dos gestores públicos nos próximos dez anos para a consolidação da qualidade social da educação.
B) Em relação às ações prioritárias do coletivo de sua escola/colégio nos próximos dez anos para a consolidação da qualidade social da educação.

QUESTIONAMENTOS

- Para você qual é a função da escola na sociedade?

- Ela está sendo de acesso, direito e permanência de todos?

Professores, Pais, Alunos e Funcionários do Colégio Estadual de Marmeleiro-EFM
discutiram o documento dia 19 de março.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Como apresentar seminários

O seminário é uma boa técnica para apresentação de um trabalho escolar.
Deve seguir algumas normas, como:

- Preparação do seminário.
O seminário pode ser realizado por um grupo de alunos que deverão ter o domínio dos conteúdos a serem apresentados.

- É necessário que as informações sejam acompanhadas de explorações do conteúdo.
- Leituras dos trabalhos não devem ser feitas. Podem ser utilizadas anotações, esquemas, gravuras, mapas, etc.
- A forma de apresentação pode ser de acordo com a tecnologia disponível na escola (retroprojetor, multimídia, vídeos, tvpendrive, etc.).

A postura do apresentador
Para facilitar a apresentação durante o seminário é necessário que se observem alguns detalhes:
. Falar para todos com clareza e conhecimento do assunto.
. Não ficar de costas para os ouvintes.
. Não andar em frente dos recursos visuais que estiverem sendo utilizados.
. Falar com naturalidade e tom de voz adequado para que todos possam ouvir.
. Fazer pausas para possibilitar discussões.

Qual é o “básico” de um debate?

O debate é conhecido como a troca de idéias e de informações.
É importante porque através da discussão de ideias, podemos obter mais conhecimento e, com isso, aprender mais.

Para que um debate não perca sua importância é necessário observar algumas regras.
- Organizar uma discussão em grupos de quatro a seis alunos deixando claro o objetivo do grupo.
- Escolher um relator para transmitir aos demais o resultado da discussão.

A apresentação pode ser feita:-
- Em círculo. O relator de cada grupo expõe a pesquisa.
- O relator torna-se um debatedor no decorrer do trabalho.
- Cada debatedor pode direcionar uma pergunta a outro debatedor, discordando ou complementando a resposta.

Sendo trabalho escolar é importante que todos os alunos estejam preparados para interferir sobre o conteúdo no momento do debate.

DEZ QUALIDADES DE UM LÍDER

“Um líder deve:
1 – saber lidar com críticas;
2 – suportar adversidades;
3 - saber delegar autoridade;
4 – ser capaz de tomar decisões;
5 – manter a concentração em momentos difíceis;
6 - não pode basear-se em preconceitos;
7 – aprender a elogiar e a compartilhar;
8 - assumir a responsabilidades por seus próprios erros;
9 – não tenta fugir da responsabilidade pelos erros dos outros;
10- crescer e aprender todos os dias”.

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele,
por sua origem, ou ainda, por sua religião.
Para odiar as pessoas precisam aprender;
E se podem aprender a odiar,
Podem ser ensinadas a AMAR”.
(Nelson Mandela)

TRABALHO EM EQUIPE

A LIÇÃO DOS GANSOS

Quando você vê gansos voando em formação “V”, pode ficar curioso quanto às razões pelas quais eles escolhem voar dessa forma.

A seguir algumas descobertas feitas por cientistas.

1 – FATO – À medida que cada ave bate suas asas, ela cria uma sustentação para a ave seguinte. Voando em formação “V”, o grupo inteiro consegue voar pelo menos 71% a mais do que se cada ave voasse isoladamente.

VERDADE – Pessoas que compartilham uma direção comum e um senso de equipe chegam ao seu destino mais depressa e facilmente porque elas se apóiam na confiança uma das outras.

2 – FATO – Sempre que um ganso sai fora da formação, ele repentinamente sente a resistência e o arrasto de tentar voar só e, de imediato, retorna a formação para tirar vantagem do poder de sustentação da ave à sua frente.

VERDADE – Existe força, poder e segurança em um grupo quando se viaja na mesma direção com pessoas que compartilham um objetivo comum.

3 – FATO – Quando o ganso líder se cansa, ele reveza, indo para a traseira do “V”, enquanto um outro assume a ponta.

VERDADE – É vantajoso o revezamento quando se necessita fazer um trabalho árduo.

4 – FATO – Os gansos de trás grasnam para encorajar os da frente e manterem o ritmo e a velocidade.

VERDADE – Todos necessitam ser reforçados com apoio ativo e encorajamento dos companheiros.

5 – FATO – Quando um ganso adoece ou se fere e deixa o grupo, pois outros gansos saem da formação e o seguem para ajudá-lo e protegê-lo. Eles o acompanham até a solução do problema e, então reiniciam a jornada os três ou juntam-se a outra formação, até encontrar o grupo original.

VERDADE – A solidariedade nas dificuldades é imprescindível em qualquer situação.

sábado, 14 de março de 2009

Para refletir

Acreditar e Agir
Um viajante caminhava pelas margens de um grande lago de águas cristalinas, imaginando uma forma de chegar até o outro lado, aonde era seu destino. Suspirou, profundamente, enquanto tentava fixar o olhar no horizonte. A voz de um homem de cabelos brancos quebrou o silêncio momentâneo, oferecendo-se para transportá-lo. Era um barqueiro.

O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada, era provido de dois remos de madeira de carvalho. O viajante olhou detidamente, percebeu haver letras em cada remo. Ao colocar os pés empoeirados dentro do barco, observou que eram mesmo duas palavras.

Num dos remos estava entalhada a palavra ACREDITAR e no outro, AGIR. Não contendo a curiosidade, perguntou ao barqueiro o motivo daqueles nomes nos remos.

O barqueiro pegou o remo, no qual estava escrito ACREDITAR, e remou com toda força. O barco começou a dar voltas, sem sair do lugar. Em seguida, pegou o remo em que estava escrito AGIR, e remou com todo vigor. Novamente, o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante. Finalmente, o velho barqueiro, segurando os dois remos, movimentou-os ao mesmo tempo, e o barco, impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas do lago, chegando calmamente à outra margem.

O barqueiro disse ao viajante:
- Este barco pode ser chamado de AUTOCONFIANÇA. E a margem é a META que desejamos atingir. Para que o barco da AUTOCONFIANÇA navegue seguro e alcance a META pretendida, é preciso que utilizemos os dois remos ao mesmo tempo, e com a mesma intensidade: ACREDITAR e AGIR.

Não basta apenas ACREDITAR, senão o barco ficará rodando em círculos, é preciso também AGIR para movimentá-lo na direção que nos levará a alcançar a nossa META. Impulsione os remos com força e com vontade, superando as ondas e os vendavais, e não se esqueça que, por vezes, será preciso até remar contra a maré.

http//:www.velhosabio.com.br

quarta-feira, 11 de março de 2009

"Um novo tempo."



"Colunista mostra como esse conceito evoluiu ao longo
da história e foi revoluciona-do no século 20.
O que é o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei; se o
quiser explicar a quem me fizer a pergunta, já não sei."
(Santo Agostinho, 354-430).

O atual estilo de vida que levamos, principalmente nas grandes cidades, repleto de compromissos e atividades, nos transforma em escravos do tempo. Sobra pouco tempo para algumas das coisas que mais apreciamos como ficarmos com as pessoas que amamos ou fazermos o que realmente gostamos. Sem dúvida, ansiamos por mais tempo. Tentamos nos libertar da opressão dos relógios, aprendendo a otimizar as nossas atividades e a priorizar o que é realmente importante para nós. Afinal de contas, sabemos realmente o que seja o tempo?

Analisada do ponto de vista humano, a noção de tempo varia de indivíduo para indivíduo. Dependendo da idade ou do momento de vida, sentimos sua passagem de maneira diferente. Nos primeiros anos da infância, temos a sensação de que ele passa muito devagar, quase como se fosse imóvel. Algumas crianças reclamam que demora muito para chegar o aniversário, ou que os minutos durante os quais são colocadas de castigo parecem uma eternidade. Conforme passamos pela adolescência e chegamos à fase adulta, aumentam nossos compromissos e a sensação é que o tempo começa a passar mais depressa. Para algumas pessoas, principalmente as solitárias, ao atingir a velhice, o tempo também passa lentamente.

Nossa noção de tempo não está ligada apenas ao nosso íntimo – o tempo psicológico –, mas está relacionada também à cultura e à sociedade em que estamos inseridos. Percebemos sua passagem também a partir dos pontos de referência demarcados por outras pessoas. Esses pontos de referência evoluíram muito desde o início da humanidade. O tempo tem, portanto, uma história.

Relógios de areia e clipsidra
As primeiras formas de marcar o tempo estavam relacionadas ao movimento dos corpos celestes. Em particular, o movimento do Sol, da Lua e das estrelas foram os primeiros relógios. Outros instrumentos como os relógios de areia e a clipsidra (uma espécie de concha furada para vazar a água) eram utilizados para medir intervalos mais curtos.

De maneira mais objetiva, o tempo começou a ser medido com maior precisão na época das Grandes Navegações, pois seu conhecimento era de fundamental importância para orientar os navegantes. A diferença entre o tempo medido no relógio e aquele associado com a posição do Sol permitia que os navegantes determinassem a longitude, ou seja, quanto eles tinham viajado na direção oeste-leste. A medida da latitude – quanto eles tinham viajado na direção norte-sul – era determinada a partir da posição das estrelas no céu.

Por volta do ano de 1762 foi inventado um relógio que tinha a precisão de um segundo em um mês, mesmo em um barco em movimento. O relógio era acertado com a hora do ponto de partida da embarcação e a longitude do ponto era calculada comparando a diferença entre a hora local (medida pela altura solar, por exemplo) com a hora que o relógio marca. Cada hora de diferença para mais ou para menos corresponde a um deslocamento de 15 graus de longitude leste ou oeste, respectivamente.

De Galileu a Einstein
Galileu Galilei, um dos maiores gênios da história, preocupou-se em medir e utilizar o tempo como uma maneira de compreender a natureza. Ao determinar equações de movimento da queda dos corpos, Galileu começou a mostrar que ele faz parte da natureza, pois era possível prever os movimentos conforme o tempo passava. Posteriormente, Isaac Newton, que construiu as bases da física clássica, apresentou o conceito de tempo absoluto, como se fosse um rio que fluísse sempre para frente e de maneira uniforme, seja qual fosse o ponto de vista – o tempo simplesmente passa.

Entretanto, no começo do século 20, o conceito de tempo, principalmente na física, mudou radicalmente. Para explicar novas descobertas e idéias, como o fato de a luz ser uma onda eletromagnética que viaja sempre na mesma velocidade de 300.000 km/s (1.080.000.000 km/h), independentemente de quem a esteja observando, Albert Einstein, o cientista mais importante do século passado, introduziu o conceito de que o tempo e o espaço não são coisas distintas, mas formam uma unidade e não são apenas o palco no qual ocorrem os eventos da natureza, mas também os protagonistas dessa história.

Ao postular que a velocidade da luz é a velocidade limite do universo, Einstein demonstrou que o tempo depende da velocidade com a qual nos movemos. Quando nos aproximamos da velocidade da luz o tempo flui mais vagarosamente. Para entendermos melhor, imagine que estamos viajando para um planeta distante a dezenas de anos-luz da Terra (um ano-luz tem aproximadamente 10 trilhões de quilômetros) e que a viagem foi feita com uma velocidade bem próxima à da luz. Quando voltamos da viagem, para as pessoas que ficaram na Terra se passaram dezenas de anos, mas para quem viajou se passaram apenas alguns meses.

Aceleradores de partículas e GPS
Esse efeito, conhecido como dilatação temporal, é uma conseqüência do fato de a velocidade da luz ser uma constante universal. Ainda não podemos realizar a experiência descrita acima com seres humanos, mas algo similar já é realizado com partículas atômicas. As máquinas chamadas de aceleradores de partículas, que chegam a custar bilhões de dólares, aceleram prótons e elétrons para velocidades muito próximas à da luz.

Essas máquinas funcionam com altíssima precisão, pois levam em conta os efeitos de dilatação do tempo. Todos os experimentos realizados até hoje comprovaram que a teoria da relatividade está correta. Einstein mostrou ainda que a gravidade também altera a passagem do tempo. Relógios atômicos como os que existem nos satélites utilizados no sistema GPS (sistema de posicionamento global, na sigla em inglês), que trabalham com precisão maior do que um nanossegundo, são calibrados para levarem em conta as diferenças de campo gravitacional da Terra devido à variação da altura da órbita desses satélites.

Dessa forma, vemos que o tempo é relativo a quem está medindo e não existe um tempo universal. O tempo não é apenas uma impressão dos nossos sentidos ou uma invenção humana, mas realmente existe e faz parte da natureza. Um novo tempo foi descoberto pelo homem e todos os seus mistérios ainda não foram desvendados".

Adilson de Oliveira
Departamento de Física
Universidade Federal de São Carlos
21/07/2006
.

terça-feira, 10 de março de 2009

Turma bagunceira e desatenta

“O que fazer diante de uma turma de alunos desatenta e bagunceira?

Sentimo-nos mal quando não conseguimos desenvolver a aula de uma maneira digna.
A disciplina é, ao mesmo tempo, uma arte e um desafio que exige cumplicidade entre professores e alunos. Só assim você poderá tocá-los com as suas palavras.
Eu diria que neste processo não existe um disciplinador e alguém a ser disciplinado, mas pessoas que compreendam o valor do conhecimento e respeitem a necessária ordem para que a aula possa ter um bom andamento.
Para estabelecer uma boa relação com a classe é preciso ter credibilidade e uma das formas de fazer isto é quando você mesmo se dedica à questão da autodisciplina.
Dentro de nós existe uma criança que se relaciona bem ou mal com o adulto e muitas vezes este diálogo interior não é nada exemplar, como é o caso de pessoas que fumam ou que têm outro tipo de compulsão.
Você sabe que o seu hábito lhe faz mal, mas não consegue ter o autodomínio necessário para mudar. Assim sendo, quando se tenta estabelecer a ordem fora de si, em um processo educacional, é bem capaz que suas palavras sugiram a disciplina, mas sua expressão corporal, seu olhar e a entonação de sua voz comuniquem outra coisa. Ou seja, você não está inteiro e falha como agente disciplinador e isto é percebido por seus interlocutores.
A cumplicidade que tanto queremos e precisamos só será obtida caso você esteja sinceramente trabalhando no seu próprio autodomínio. Para se obter um consenso sobre a importância da ordem na sala de aula é preciso estabelecer um bom vínculo com os seus alunos.
Como vimos, o primeiro passo é a integridade com que você se coloca. Outro, é o afeto e a emoção envolvidos em sua comunicação.
Você pode e deve brincar fazer um contato com bom humor, interessar-se pela vida de cada um dos alunos, “inventar” moda, criar um roteiro interessante de aula, buscar a participação constante e ativa dos jovens. Isso o coloca mais empático e próximo deles.
Mas, é fundamental que em outros momentos, você saiba chamá-los à consciência da necessidade da disciplina. Por exemplo, se um aluno está falando, dando o seu depoimento é fundamental que os outros prestem atenção, afinal de contas, todos nós aprendemos uns com os outros e não faz sentido faltar com o respeito, deixando uma pessoa falando sozinha.
Outro ponto muito importante é saber a diferença entre uma comunicação tradicionalmente vertical e um sistema democrático que usa a circulação das informações.
No ensino convencional, o conceito é que o professor ensina e o aluno aprende; em um ensino mais democrático trabalhamos as questões que vêm dos próprios alunos. Neste sentido quando você cria uma estrutura de aula, deve estar pronto para alterá-la conforme as necessidades do aqui - agora, atento à demanda do principal interessado na questão: aquele que está aprendendo.
Mas, só é possível adotar esta perspectiva de todos aprenderem com todos, quando temos claro o respeito nas relações. Aliás, respeito e consideração são tudo o que estamos precisando para construir um mundo diferente e melhor do que este que estamos vivendo e, portanto a reeducação das relações se faz hoje tão importante”.

Sergio Savian.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Apenas versos




Enquanto dormes
me mato de escrever versos
versos das incertezas,
do amor que não tive,
versos de poeta
a te procurar
sem poesia.

Às vezes me pinto nuvem
Às vezes me pinto estrela
Às vezes me pinto vida
Só pra te amar.
Marina
Marmeleiro,10/01/07.

Poema Poesia





Versos, apenas versos.


Sinto o choro de minha
poesia... Sinto-me morrer
em prados,
descampados...
por invernos de sonhos loucos
e aos poucos,

marco-me,
tatooo-me mulher,
poeta.

Desnudo corpo e alma.

Sinto o peso,
da falsa poesia,
das sombras que desmerecem,
as rimas,
presas na garganta
que,
rejeitam a insensatez
de versinhos isolados e problemáticos,
espantados, mudos,
da palavra escrita.

Minha poesia
Versos,
meio reverso,
prazer, dor, paixão, emoção.

O detrás da página, o segredo, o nada
O nada que é tudo,
O tudo que é nada,
O amor, o sentimento
pela palavra...

Minha poesia
é sangue da terra,
rebeldia, liberdade,
exagero,
Sol
quebra,
parafernália,
prosas diversas,
relíquias de armário
- Sonhos -
no meio do Caminho,
cruz e forca,
pedaços
- desassossego –

Mulher e homem,
Fogo e paixão!
Bebê recém-nascido,
cheiro de amor:
poesia
gordinha menina
rosada
danadinha!

Assalto,
Loucura,
Poesia.
Momentos... palavras, apenas ...palavras!
Talvez, soltas no tempo.
Buscando sentido...simplicidade...
- Sei lá!
- Tem poesia
no Poema?

Marina
Marmeleiro, 09/03/09.

sábado, 7 de março de 2009

Dia da Mulher




O que é Ser Mulher?
Não sei.
O que sei é que sou Mulher!
Mulher que acredita no poder de ser mulher.
Já fui criança, adolescente, menina-moça,
Moça,e finalmente, Mulher!?!

Sempre fui Mulher pra além de qualquer estado físico,
mas disseram-me que devia ser Mulher no corpo - físico.
Principe encantado? Amado amante? Sonhos? Ilusões?!
E me fiz Mulher! Me fizeram mulher,
nos sonhos, nas ilusões...

Sou Mulher no meu trabalho,
Nos meus ideais e ideias,
Na compreensão do Ser e Viver naquilo que acredito,
quando digo Não!Não e Não!

Sou Mulher todo dia e toda noite,
Sou Mulher porque acredito
em minhas possibilidades
de vencer,
não me submeto,
luto por um mundo melhor,
por mim,
luto e debato-me,
debato-me e luto

Sou mulher e pronto.
É preciso dizer mais?

Marina
07 de março de 2009.

domingo, 1 de março de 2009

Atualize-se! Acordo Ortográfico.

Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Por: Marília Mendes

Alfabeto
Nova Regra Regra Antiga Como Será
O alfabeto é agora formado por 26
letras
O "k", "w" e "y" não eram
consideradas letras do nosso alfabeto.
Essas letras serão usadas em siglas,
símbolos, nomes próprios, palavras
estrangeiras e seus derivados.
Exemplos: km, watt, Byron,
byroniano

Trema
Nova Regra Regra Antiga Como Será
Não existe mais o trema em língua
portuguesa. Apenas em casos de
nomes próprios e seus derivados,
por exemplo: Müller, mülleriano
agüentar, conseqüência, cinqüenta,
qüinqüênio, frqüência, freqüente,
eloqüência, eloqüente, argüição,
delinqüir, pingüim, tranqüilo, lingüiça
aguentar, consequência, cinquenta,
quinquênio, frequência, frequente,
eloquência, eloquente, arguição,
delinquir, pinguim, tranquilo, linguiça.

Acentuação
Nova Regra Regra Antiga Como Será
Ditongos abertos (ei, oi) não são
mais acentuados em palavras
paroxítonas
assembléia, platéia, idéia, colméia,
boléia, panacéia, Coréia, hebréia,
bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico,
paranóico
assembleia, plateia, ideia, colmeia,
boleia, panaceia, Coreia, hebreia,
boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico,
paranoico
obs: nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói, anéis,
papéis.
obs2: o acento no ditongo aberto "eu" continua: chapéu, véu, céu, ilhéu.
Nova Regra Regra Antiga Como Será
O hiato "oo" não é mais acentuado enjôo, vôo, corôo, perdôo, côo, môo,
abençôo, povôo
enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo,
abençoo, povoo
O hiato "ee" não é mais acentuado crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem,
relêem, revêem
creem, deem, leem, veem,
descreem, releem, reveem
Nova Regra Regra Antiga Como Será
Não existe mais o acento
diferencial em palavras
homógrafas
pára (verbo), péla (substantivo e
verbo), pêlo (substantivo), pêra
(substantivo), péra
(substantivo), pólo (substantivo)
para (verbo), pela (substantivo e
verbo), pelo (substantivo), pera
(substantivo), pera (substantivo), polo
(substantivo)
Obs: o acento diferencial ainda permanece no verbo "poder" (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo -
"pôde") e no verbo "pôr" para diferenciar da preposição "por"
Nova Regra Regra Antiga Como Será
Não se acentua mais a letra "u"
nas formas verbais rizotônicas,
quando precedido de "g" ou "q" e
antes de "e" ou "i" (gue, que, gui,
qui)
argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe,
enxagúemos, obliqúe
argui, apazigue,averigue, enxague,
ensaguemos, oblique
Não se acentua mais "i" e "u"
tônicos em paroxítonas quando
precedidos de ditongo
baiúca, boiúna, cheiínho, saiínha,
feiúra, feiúme
baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha,
feiura, feiume

Hífen
Nova Regra Regra Antiga Como Será
O hífen não é mais utilizado em
palavras formadas de prefixos (ou
falsos prefixos) terminados em
vogal + palavras iniciadas por "r"
ou "s", sendo que essas devem
ser dobradas
ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato,
anti-social, anti-rugas, arquiromântico,
arqui-rivalidae, autoregulamentação,
auto-sugestão,
contra-senso, contra-regra, contrasenha,
extra-regimento, extra-sístole,
extra-seco, infra-som, ultra-sonografia,
semi-real, semi-sintético, supra-renal,
supra-sensível
antessala, antessacristia,
autorretrato, antissocial, antirrugas,
arquirromântico, arquirrivalidade,
autorregulamentação, contrassenha,
extrarregimento, extrassístole,
extrasseco, infrassom, inrarrenal,
ultrarromântico, ultrassonografia,
suprarrenal, suprassensível
obs: em prefixos terminados por "r", permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra:
hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, superrealista,
super-resistente etc.
Nova Regra Regra Antiga Como Será
O hífen não é mais utilizado em
palavras formadas de prefixos (ou
falsos prefixos) terminados em
vogal + palavras iniciadas por
outra vogal
auto-afirmação, auto-ajuda, autoaprendizagem,
auto-escola, autoestrada,
auto-instrução, contraexemplo,
contra-indicação, contraordem,
extra-escolar, extra-oficial,
infra-estrutura, intra-ocular, intrauterino,
neo-expressionista, neoimperialista,
semi-aberto, semi-árido,
semi-automático, semi-embriagado,
semi-obscuridade, supra-ocular, ultraelevado
autoafirmação, autoajuda,
autoaprendizabem, autoescola,
autoestrada, autoinstrução,
contraexemplo, contraindicação,
contraordem, extraescolar,
extraoficial, infraestrutura, intraocular,
intrauterino, neoexpressionista,
neoimperialista, semiaberto,
semiautomático, semiárido,
semiembriagado, semiobscuridade,
supraocular, ultraelevado.
Obs: esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaéreo, antiamericano,
socioeconômico etc.
Obs2: esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por "h": anti-herói, anti-higiênico, extrahumano,
semi-herbáceo etc.

Nova Regra Regra Antiga Como Será
Agora utiliza-se hífen quando a
palavra é formada por um prefixo
(ou falso prefixo) terminado em
vogal + palavra iniciada pela
mesma vogal.
antiibérico, antiinflamatório,
antiinflacionário, antiimperialista,
arquiinimigo, arquiirmandade,
microondas, microônibus,
microorgânico
anti-ibérico, anti-inflamatório, antiinflacionário,
anti-imperialista, arquiinimigo,
arqui-irmandade, microondas,
micro-ônibus, micro-orgânico
obs: esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo termina com vogal + palavra inicia com vogal
diferente = não tem hífen; prefixo termina com vogal + palavra inicia com mesma vogal = com hífen
obs2: uma exceção é o prefixo "co". Mesmo se a outra palavra inicia-se com a vogal "o", NÃO utliza-se hífen.
Nova Regra Regra Antiga Como Será
Não usamos mais hífen em
compostos que, pelo uso, perdeuse
a noção de composição
manda-chuva, pára-quedas, páraquedista,
pára-lama, pára-brisa, párachoque,
pára-vento
mandachuva, paraquedas,
paraquedista, paralama, parabrisa,
pára-choque, paravento
Obs: o uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constiui
unidade sintagmática e semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam espécies
botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira,
tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi etc.

Observações Gerais
O uso do hífen permanece Exemplos
Em palavras formadas por prefixos
"ex", "vice", "soto" ex-marido, vice-presidente, soto-mestre
Em palavras formadas por prefixos
"circum" e "pan" + palavras
iniciadas em vogal, M ou N
pan-americano, circum-navegação
Em palavras formadas com
prefixos "pré", "pró" e "pós" +
palavras que tem significado
próprio
pré-natal, pró-desarmamento, pós-graduação
Em palavras formadas pelas
palavras "além", "aquém", "recém",
"sem"
além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-nascidos, recém-casados,
sem-número, sem-teto

Não existe mais hífen Exemplos Exceções
Em locuções de qualquer tipo
(substantivas, adjetivas,
pronominais, verbais, adverbiais,
prepositivas ou conjuncionais)
cão de guarda, fim de semana, café
com leite, pão de mel, sala de jantar,
cartão de visita, cor de vinho, à
vontade, abaixo de, acerca de etc.
água-de-colônia, arco-da-velha, corde-
rosa, mais-que-perfeito, pé-demeia,
ao-deus-dará, à queima-roupa

http://portugues.seed.pr.gov.br/arquivos/File/acordosortograficos.pdf
Portal: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br - acessado: 1/03/09

Para pensar!...

Uma questão de pontuação

Um homem rico estava muito mal. Pediu papel e pena. Escreveu assim:
Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres.
Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava a fortuna? Eram quatro concorrentes.

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.

2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:
Deixo meus bens à minha irmã. Não o meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.

3) O alfaiate pediu cópia do original. Puxou a brasa para sardinha dele:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.

4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres.

Assim é a vida. Nós é que colocamos os pontos. E isso faz a diferença.
Autor desconhecido.