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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Formandos Ensino Médio 2008

“O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem”.
Por isso, há momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis”.
(Fernando Pessoa)

MENSAGEM


“ Durante meu primeiro ano de faculdade, nosso professor nos deu um questionário. Eu era bom aluno e respondi rápido todas as questões até chegar a última:
-“Qual o primeiro nome da mulher que faz limpeza da escola?”. Sinceramente, isso parecia uma piada. Eu já tinha visto a tal mulher várias vezes. Ela era alta, cabelos escuros, lá pelos seus 50 anos, mas como ia saber o primeiro nome dela?
Entreguei meu teste deixando essa questão em branco, e um pouco antes da aula terminar, um aluno perguntou se a última questão do teste ia contar nota”.
-É claro”, respondeu o professor. “Na carreira, você encontrará muitas pessoas. Todas têm seu grau de importância. Elas merecem sua atenção mesmo que seja um simples sorriso ou simples “alô”.
Eu nunca mais esqueci essa lição e também acabei aprendendo que o primeiro nome dela era Dorothy.
Esta história mostra que VOCÊ pode e deve ser importante, mais importante é o respeito ao próximo e o valor que VOCÊ dá aos humildes.

Ao concluir o Ensino Médio em 2008, VOCÊ tornou-se uma pessoa privilegiada.
Seus estudos em nossa escola envolveram mudanças de comportamento, de pensamento, de cultura e de sensibilização.

Agora que buscará outros caminhos esperamos que sua aprendizagem tenha sido para além dos conhecimentos teóricos ensinados em sala de aula. Esperamos que seja sempre uma pessoa de grandes gestos em sua vida e na sua profissão.

Congratulações:

Direção, Equipe Pedagógica, Professores, Funcionários e Professores Regentes.

Marmeleiro, 12 de dezembro de 2008.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Crônica

Quem foi adolescente aborrecente?


Digam-me as pessoas mais ou menos na casa dos 40 a 50(ou mais), - no seu tempo você foi um adolescente aborrecente? Se tiver 20 anos mais ou menos também serve a reflexão.
Os cinquentões e cinquentonas certamente dirão, mas que adolescência, que, que...? Nessa tal idade já estávamos na labuta, não havia tempo pra os tais momentos de “aborrecência”. O pai e a mãe davam logo um jeito arrumando uma forma de acalmar os hormônios e os chiliques. Havia água pra tirar do poço e encher o tanque pra mãe lavar roupas, ir cortar vassoura pra varrer o terreiro lá no “Campinho da Antena”; moer milho pra fazer quirela pros pintinhos e galinhas no pátio, arrancar e cortar mandioca pros porquinhos no chiqueiro. Pras meninas que terapia maravilhosa!Lavar louças e bombrilar as panelas que eram penduradas ora no paneleiro de parede, ora no paneleiro de escadinha decorado com toalhinhas de crochê e bordados. Será que resta por aí algum, ainda?
Quem diria! Tarefas domésticas era terapia em nosso tempo. Ninguém nunca nos aconselhou no tempo da “curvatura da vara”, psicólogo, psiquiatra ou coisa que o valha para resolver nossos “problemas” na adolescência. Afinal, tais profissionais moravam em nossa casa sem nada entender Freud e seus adeptos.
E os adolescentes, estigmatizados de “aborrecentes”, hoje, eta palavrinha feia! Quando insistiam em suas “crises”, havia um remédio mais drástico. Buscar ele mesmo na casa da vizinha uma varinha de marmelo, cujos pais a preparavam frente aos possíveis infratores, lentamente..., passando-lhe óleo de cozinha, rapidamente no fogo e depois a penduravam numa das paredes da cozinha bem a vista de todos. Quebrou promessa, a varinha comia solta nas pernas dos infratores. Ai, como doía!(assim diziam os peraltas). Eu nunca a experimentei, mas a consumi muitas vezes para longe das vistas de meus pais para que ela não entrasse em cena lá em casa nos meninos que teimavam em fugir e ir nadar no Rio Marmeleiro, algo sempre denunciado pelas comadres olhudas que viam tudo, inclusive, a garotada doidivanas nadando nus, para não molhar a roupa e não se denunciar em casa.
E todos entendiam a princípio a adversa mensagem. Nunca um pai ou mãe afirmou: - “Não sei o que fazer com meu filho (a)”. “Chame o Conselho Tutelar (naquele tempo, a Polícia)”. A varinha comia solta nas pernas dos pobres garotos de calças curtas e para completar, ir à missa confessar esses e outros pecadinhos, nada de vestir a roupa domingueira, nada de cinema. Havia castigo maior do ficar sem ir à matiné de domingo no Cine Norodi? Não assistir ao filme de Tarzan ou de Farwest? Bater os pés no chão ao som do tropel de cavalos, gritos de índios e tiros dos bandidos e mocinhos
E pais não foram acusados de omissos. Pais e filhos tinham seus problemas resolvidos na família. Havia hora e tempo pra tudo. Regras e valores a serem cumpridos e respeitados. Isso era castigo? Maldade? Tudo depende dos seus conceitos de vida, da educação que recebeu e de sua visão de mundo.
Naqueles tempos crianças e adolescentes tinham compromisso de estudar e estudar porque o governo não mandava nada para as escolas; tudo saía do bolso dos pais que exigiam aprovação. Pobres, como muitos hoje, batalhavam para dar “estudo” aos filhos porque acreditavam que este lhes daria uma vida melhor. Era um compromisso com a futura profissão do filho.
Os tempos eram outros. Porém, será que algumas lições do passado não precisam ser retomadas? Que tipo de “varinha de marmelo” os pais poderiam usar hoje? Pois, é claro, não sou favorável à violência física. O que fazer para que os adolescentes não se tornem tão “aborrecentes” ao ponto de serem execrados da sociedade?

Marina Nicéia Cunha
Profª. de Língua Portuguesa
Col. Est. de Marmeleiro