Quem sou eu
- Marina
- Marmeleiro, Sudoeste do Paraná, Brazil
- Profª de Língua Portuguesa e Pedagoga no Colégio Estadual de Marmeleiro onde construí parte da minha história. E porque sou alma de espírito livre que caminha nesse mundo em busca da essência que me apraz a liberdade, amo e escrevo poesias porque: Às vezes pinto-me nuvem, outras, estrela. Às vezes vida e flores Só pra te amar. Amo e adoro amar o amor. Sou mulher. Sou paixão. Sou Poesia. Sou poeta da poesia. E sou professora.
Hora certa!
00:00:00
sexta-feira, 30 de julho de 2010
O Mar
O mar
encanto que me encanta
e que canta
Marina
Que me diz o mar?
solidão
mistério
encantamento
céu aberto
mistério que envolve
as almas.
E quando dele me aproximo
cheiro a maresia
sinto o gosto do sal
deixo a cálida água
rodear-me,
invadir meu corpo
e sinto o mistério
da espuma que se desmancha
que se molda e espalha-se n'água
e juntas sentimos nas ondas
a doçura da água do mar.
Deito-me
em suas areias
quentes,
e sinto o gozo do gozo das águas
do mar.
quinta-feira, 29 de julho de 2010
terça-feira, 20 de julho de 2010
Fernão Capelo Gaivota
(...)
Amanhecia um novo dia de trabalho.
Mas lá ao fundo, sozinho, longe do barco e da costa, Fernão Capelo Gaivota treinava. A trinta metros da superfície azul brilhante, baixou os seus pés com membranas, levantou o bico e tentou a todo o custo manter as suas asas numa dolorosa curva. A curva fazia com que voasse devagar, e então a sua velocidade diminuiu até que o vento não fosse mais que um ligeiro sopro, e o oceano como que tivesse parado, abaixo dele. Cerrou os olhos para se concentrar melhor, susteve a respiração e forçou ... só ... mais ... um ... centímetro ... de ... curva ... Mas as penas levantaram-se em turbilhão, atrapalhou-se e caiu.
Como se sabe, as gaivotas nunca se atrapalham, nunca caem. Atrapalhar-se no ar é para elas desgraça e desonra.
Mas Fernão Capelo Gaivota - sem se envergonhar, abrindo outra vez as asas naquela trémula e difícil curva, parando, parando ... e atrapalhando-se outra vez! - não era um pássaro vulgar.
A maior parte das gaivotas não se preocupa em aprender mais do que os simples factos do voo - como ir da costa à comida e voltar. Para a maioria, o importante não é voar, mas comer. Para esta gaivota, contudo, o importante não era comer, mas voar. Antes de tudo o mais, Fernão Capelo Gaivota adorava voar ..."
Do livro "Fernão Capelo Gaivota" de Richard Bach
cortesia de www.letras.com.br
Amanhecia um novo dia de trabalho.
Mas lá ao fundo, sozinho, longe do barco e da costa, Fernão Capelo Gaivota treinava. A trinta metros da superfície azul brilhante, baixou os seus pés com membranas, levantou o bico e tentou a todo o custo manter as suas asas numa dolorosa curva. A curva fazia com que voasse devagar, e então a sua velocidade diminuiu até que o vento não fosse mais que um ligeiro sopro, e o oceano como que tivesse parado, abaixo dele. Cerrou os olhos para se concentrar melhor, susteve a respiração e forçou ... só ... mais ... um ... centímetro ... de ... curva ... Mas as penas levantaram-se em turbilhão, atrapalhou-se e caiu.
Como se sabe, as gaivotas nunca se atrapalham, nunca caem. Atrapalhar-se no ar é para elas desgraça e desonra.
Mas Fernão Capelo Gaivota - sem se envergonhar, abrindo outra vez as asas naquela trémula e difícil curva, parando, parando ... e atrapalhando-se outra vez! - não era um pássaro vulgar.
A maior parte das gaivotas não se preocupa em aprender mais do que os simples factos do voo - como ir da costa à comida e voltar. Para a maioria, o importante não é voar, mas comer. Para esta gaivota, contudo, o importante não era comer, mas voar. Antes de tudo o mais, Fernão Capelo Gaivota adorava voar ..."
Do livro "Fernão Capelo Gaivota" de Richard Bach
cortesia de www.letras.com.br
domingo, 18 de julho de 2010
Você está de férias? Mas o ENEM vem por aí.
Olá, olá queridos alunos.
Julho. Férias. Férias?, nada disso, se você vai fazer o ENEM ou vestibular. Descanse, sim, mas só aos sábados ou domingos, uma saidinha ajuda você descontrair e se preparar para a semana.
Aproveite e leia diferentes tipologias textuais, pois a prova é composta delas. Se não é seu costume ler textos longos, trate logo de se ater a esse detalhe, pois as questões... você já verificou?
Decoreba? Nem pensar. A prova do ENEM valoriza sobretudo a habilidade de interpretação de texto, inclusive, os não verbais - como mapas, gráficos, tabelas, ilustrações, obras de arte. Esse tipo de leitura de texto não verbal é muito valorizado na prova do Enem.
E a redação?
É preciso ler bastante. Não só livro de ficção, mas também resenhas, artigos de opinião.
Ler e escrever, é a melhor dica. Discuta o texto com sua Profª de Português.
Jornais, revistas, sites da internet, dvds, vídeos são seus melhores aliados.
Neles você pode se atualizar e rever conteúdos.
É importante ter horário para estudar, trocar conhecimentos com colegas e professores
através do msn, por que não? Será um bate papo diferente e produtivo.
Acessar sites com provas de ENENs anteriores ou provas de vestibulares é recomendável.
Julho. Férias. Férias?, nada disso, se você vai fazer o ENEM ou vestibular. Descanse, sim, mas só aos sábados ou domingos, uma saidinha ajuda você descontrair e se preparar para a semana.
Aproveite e leia diferentes tipologias textuais, pois a prova é composta delas. Se não é seu costume ler textos longos, trate logo de se ater a esse detalhe, pois as questões... você já verificou?
Decoreba? Nem pensar. A prova do ENEM valoriza sobretudo a habilidade de interpretação de texto, inclusive, os não verbais - como mapas, gráficos, tabelas, ilustrações, obras de arte. Esse tipo de leitura de texto não verbal é muito valorizado na prova do Enem.
E a redação?
É preciso ler bastante. Não só livro de ficção, mas também resenhas, artigos de opinião.
Ler e escrever, é a melhor dica. Discuta o texto com sua Profª de Português.
Jornais, revistas, sites da internet, dvds, vídeos são seus melhores aliados.
Neles você pode se atualizar e rever conteúdos.
É importante ter horário para estudar, trocar conhecimentos com colegas e professores
através do msn, por que não? Será um bate papo diferente e produtivo.
Acessar sites com provas de ENENs anteriores ou provas de vestibulares é recomendável.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
As pedras grandes e o vaso
Um professor de Ciências de um colégio queria demonstrar um conceito aos seus alunos. Ele pegou um vaso de boca larga e colocou pedras grandes dentro.
Indagou à classe:
- Está cheio?
Unanimente responderam:
- Sim.
O professor pegou um balde de pedregulhos e virou dentro do vaso. Os pequenos pedregulhos se alojaram nos espaços entre as rochas grandes. Novamente perguntou aos alunos: - E agora, está cheio?
Dessa vez alguns ficaram hesitantes, mas a maioria respondeu - Sim.
O professor levantou uma lata de areia e começou a derramar areia dentro do vaso. A areia preencheu os espaços entre os pedregulhos. Pela terceira vez o professor perguntou: - Então, pessoal, está cheio?
Agora a maioria dos alunos estava receosa, mas novamente muitos responderam: - Sim.
A seguir, o professor mandou buscar um jarro de água e jogou-a dentro do vaso. A água saturou a areia. Nesse ponto, o professor perguntou à classe:
- Qual o objetivo desta demonstração?
Um jovem e estudioso aluno respondeu-lhe:
- Não importa quanto a "agenda" da vida de alguém esteja cheia, ele sempre conseguirá "espremer dentro mais coisas".
O ponto é o seguinte, a menos que você, em primeiro lugar, coloque as pedras grandes dentro do vaso, nunca mais conseguirá colocá-las dentro. Experimente, disse o professor.
O aluno começou a experiência colocando água, depois areia, pedregulho e, por último tentou as pedras grandes. Surpreso verificou que elas não couberam no vaso.
O vaso estava repleto com as coisas menores. O professor explicou ao aluno:
- As pedras grandes são as coisas realmente importantes de nossa vida: - nosso crescimento pessoal e espiritual. Quando damos prioridades a isso, nos mantemos abertos para o novo e as demais coisas se ajustarão por si só - relacionmentos, família, amigos, orofissão, bens espirituais e materiais e demais coisas menores que completam a vida. Mas, se preenchermos nossa vida somente com coisas pequenas, consequentemnte as que são realmente importantes nunca te´~ao espaço em nossa vida.
Recomeçar é sempre maravilhoso.
Sempre é tempo de esvaziar nossos vasos - mental e emocional - e começar a preenchê-los com pedras grandes.
" Ainda há tempo e ainda é tempo".
"Nenhum caminho é longo demais quando um amigo nos acompanha".
Não sei quem é o autor(a) dessa mensagem.
Encontrei-a entre meus velhos papéis.
Adaptei-a quanto a pessoa do verbo.
As fotos são minhas.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Crônica do Sapo Fervido
Vários estudos biológicos provaram que um sapo colocado num recipiente, com a mesma água de sua lagoa, fica estático durante todo o tempo em que se aquece a água, até que ela ferva, o sapo não reage ao gradual aumento da temperatura(mudança de ambiente), e morre quando a água ferve - inchado e feliz. Entretanto, outro sapo jogado nesse recipiente já com água fervendo - salta, imediatamente para fora - meio chamuscado, porém, vivo!
Algumas pessoas têm um comportamnto similar ao do sapo fervido. Não percebem as mudanças, pensam que está tudo bem, que tudo passa, que é só dar tempo, não é necessário tomar providências imediatas...E se quebram e fazem um grande estrago em suas vidas, no trabalho, na família... Alguns deixam esta vida sem perceber as mudanças e os estragos que fizeram.
Já, outros, pulam, saltam, lutam em busca de ações necessárias e importantes para mudar o que está errado.
Mas, há vários tipos de sapos fervidos saltitando por aí - prestes a morrer, porém, boiam estáveis na água do aquecimento global a cada minuto, sem perceber as mudanças que ocorrem, mesmo no "calorzinho" gostoso, aconchegante, ai! que delíciaaaa!
Os sapos fervidos coaxam alegremente suas vitórias porque se banham naquilo que acreditam - (espaço pra você coçar seu queixo, e pensar...).Preferi, caro leitor, não citar. Pra quê?
Mas, termino minha crônica fazendo o apelo do texto original:
" - Acordem sapos fervidos... saiam dessa, o mundo mudou - pulem fora antes que a água ferva. Precisamos de vocês vivos, meio chamuscados, mas vivos e prontos pra agir".
- "Ainda há tempo e ainda é tempo".
Crônica baseada na Parábola do Sapo Fervido.
Não sei quem é o autor.
Espero não ter ferido direitos autorais.
Algumas pessoas têm um comportamnto similar ao do sapo fervido. Não percebem as mudanças, pensam que está tudo bem, que tudo passa, que é só dar tempo, não é necessário tomar providências imediatas...E se quebram e fazem um grande estrago em suas vidas, no trabalho, na família... Alguns deixam esta vida sem perceber as mudanças e os estragos que fizeram.
Já, outros, pulam, saltam, lutam em busca de ações necessárias e importantes para mudar o que está errado.
Mas, há vários tipos de sapos fervidos saltitando por aí - prestes a morrer, porém, boiam estáveis na água do aquecimento global a cada minuto, sem perceber as mudanças que ocorrem, mesmo no "calorzinho" gostoso, aconchegante, ai! que delíciaaaa!
Os sapos fervidos coaxam alegremente suas vitórias porque se banham naquilo que acreditam - (espaço pra você coçar seu queixo, e pensar...).Preferi, caro leitor, não citar. Pra quê?
Mas, termino minha crônica fazendo o apelo do texto original:
" - Acordem sapos fervidos... saiam dessa, o mundo mudou - pulem fora antes que a água ferva. Precisamos de vocês vivos, meio chamuscados, mas vivos e prontos pra agir".
- "Ainda há tempo e ainda é tempo".
Crônica baseada na Parábola do Sapo Fervido.
Não sei quem é o autor.
Espero não ter ferido direitos autorais.
Uma lição de coragem
A águia empurra seus filhotes à beira do ninho. Seu coração maternal se acelera com emoções conflitantes ao mesmo tempo em que sente a resistência dos filhotes aos seus persistentes cutucões.
- Por que a emoção de voar tem de começar com o medo de cair? Essa questão secular ainda não está respondida para ela.
Como manda a tradição da espécie, o ninho estava localizado bem no alto de um pico rochoso nas fendas protetoras de um dos lados dessa rocha. Abaixo deles somente o abismo e o ar puro para sustentar as asas dos filhotes.
- E se isto agora não funcionar? - ele pensou.
Apesar do medo a águia sabia que aquele era o momento. Sua missão maternal estava prestes a se completar. Restava, ainda, uma tarefa final... o empurrão. A águia tomou-se de coragem que vinha de sua sabedoria interior:
- Enquanto os filhotes não descobrirem suas asas, não haverá propósito para suas vidas.
- Enquanto eles não aprenderem a voar, não compreenderão o privilégio que é nascerr uma águia. O empurrão era o maior presente que ela podia oferecer-lhs. Era o seu supremo ato de amor.
E então, uma a um, ela os precipitou no abismo...
E eles voaram!...
O texto não sei de quem é. Achei entre papéis velhos.
A imagem: google. imagensporfavor.com (acessado: 12.07.10)
sexta-feira, 9 de julho de 2010
"Clientes são pessoas. Pessoas são diferentes"
Há bastante tempo presenciei uma situação de que me lembro até hoje, e o ocorrido tem tudo a ver com o tema deste artigo, com desenvolvimento e com gerência de TI. Veja.
Eram 23h, de uma sexta-feira, 23 de dezembro de 2005, eu estava no Aeroporto de Brasília, em uma longa escala retornando para Vitória (ES). Por ser ante-véspera de Natal, havia um caos meio que permitido, notado pela enorme quantidade de voos atrasados, gente sentada no chão e troca-troca de portões de embarque.
Meu voo, que originalmente estava em portão de embarque 'normal', agora estava agendado para um dos portões de embarque remoto (onde pega-se um ônibus do próprio aeroporto que te leva até o pátio, onde o avião está estacionado, para que você, enfim, entre na aeronave).
Após chamarem os passageiros para o meu vôo, na fila, notei que ficou imediatamente à minha frente uma senhora. Pela vestimenta, bolsa e embrulhos de presentes, era de origem bem humilde. "Que bom que mais pessoas estão podendo andar de avião hoje em dia", pensei. Todavia, após a senhora entregar o bilhete para o funcionário da companhia aérea, aconteceu a seguinte cena:
- Pode embarcar (no ônibus), senhora. - disse o funcionário
- Mas, moço, não, de ônibus não, eu paguei para ir de avião. - disse a senhora, visivelmente triste, transtornada e sem saber o que fazer, achando que talvez teria de fazer a viagem de mais de mil quilômetros em um ônibus.
O que se seguiu foi um total ignorar do funcionário da companhia aérea à senhora, que ficou parada e só entrou no ônibus após eu (um passageiro), tê-la informado de que o ônibus nos levaria até o avião.
Essa cena ficou gravada em minha memória como exemplo do que não se deve fazer com o cliente, principalmente porque, ao meu ver, o maior erro do funcionário (depois do silêncio e do desprezo à questão levantada pela passageira) é ter presumido que todos passageiros, seus clientes que ali estavam, soubessem de todo o procedimento a ser seguido ou tivessem o raciocínio lógico da função do ônibus no aeroporto.
Daí vem uma preocupação altamente pertinente principalmente para implantadores e analistas de suporte, mas que pode também alcançar a todos os níveis de uma empresa de soluções em informática: precisamos falar a linguagem de nossos clientes.
É claro que seria maravilhoso, e é até ideal, termos um sistema que fosse todo voltado para aquilo e do jeito que o cliente realmente quer, tal como reza a técnica DDD (Domain Driven Design) de desenvolvimento.
Mas, se nosso sistema já está pronto e/ou ele visa a atender uma grande variedade de clientes, das mais diversas regiões de nosso multicultural país, é necessário fazer interfaces um tanto quanto generalizadas. E os clientes entendem isso, sério, mas desde que eles encontrem um mínimo de coisas na linguagem deles, o que na verdade será na linguagem geral.
Já na hora de passar informação para o cliente, seja em um treinamento de implantação de sistema ou em um atendimento de suporte, necessitamos, sim, e sem desculpas do contrário, falar a língua do cliente, sob pena de corrermos o sério risco de não sermos entendidos ou, pior, de o cliente entender de forma errada.
Quer um exemplo?
Sabe aquele papel, ou às vezes caderninho, em que os professores registram as notas, faltas e conteúdos lecionados em suas aulas? Pois é, ele tem vários nomes conforme a região do Brasil em que você esteja. Para uns é 'Diário de Classe', para outros é 'Caderneta' ou, ainda, 'Cadeira' em outras regiões. Já ouvi pessoas falarem que ele se chamava simplesmente 'Caderno' e que 'Diário' (para elas) na verdade era aquele velho conhecido caderninho da coordenação. E cada pessoa que utilize uma diferente nomenclatura jurará de pé junto que a sua é a correta.
É missão nossa, e não do cliente, procurar entendê-lo em suas necessidades e costumes, claro, trazendo isso para nossos sistemas e procedimentos, respondendo às suas questões e descrevendo os novos passos. Com um pouco de carinho, pedagogia e didática, alcançamos até a compreensão dele de que o nosso jeito de fazer é melhor de um ou de outro lado, sendo apenas um pouquinho diferente.
Clientes são Pessoas. Pessoas são diferentes. A empresa que parte do princípio de que todos os seus clientes têm a mesma cabeça e pensamento corre o risco de que eles não embarquem em seus produtos.
http://imasters.uol.com.br/artigo/17479/acessado 09.07.10
Eram 23h, de uma sexta-feira, 23 de dezembro de 2005, eu estava no Aeroporto de Brasília, em uma longa escala retornando para Vitória (ES). Por ser ante-véspera de Natal, havia um caos meio que permitido, notado pela enorme quantidade de voos atrasados, gente sentada no chão e troca-troca de portões de embarque.
Meu voo, que originalmente estava em portão de embarque 'normal', agora estava agendado para um dos portões de embarque remoto (onde pega-se um ônibus do próprio aeroporto que te leva até o pátio, onde o avião está estacionado, para que você, enfim, entre na aeronave).
Após chamarem os passageiros para o meu vôo, na fila, notei que ficou imediatamente à minha frente uma senhora. Pela vestimenta, bolsa e embrulhos de presentes, era de origem bem humilde. "Que bom que mais pessoas estão podendo andar de avião hoje em dia", pensei. Todavia, após a senhora entregar o bilhete para o funcionário da companhia aérea, aconteceu a seguinte cena:
- Pode embarcar (no ônibus), senhora. - disse o funcionário
- Mas, moço, não, de ônibus não, eu paguei para ir de avião. - disse a senhora, visivelmente triste, transtornada e sem saber o que fazer, achando que talvez teria de fazer a viagem de mais de mil quilômetros em um ônibus.
O que se seguiu foi um total ignorar do funcionário da companhia aérea à senhora, que ficou parada e só entrou no ônibus após eu (um passageiro), tê-la informado de que o ônibus nos levaria até o avião.
Essa cena ficou gravada em minha memória como exemplo do que não se deve fazer com o cliente, principalmente porque, ao meu ver, o maior erro do funcionário (depois do silêncio e do desprezo à questão levantada pela passageira) é ter presumido que todos passageiros, seus clientes que ali estavam, soubessem de todo o procedimento a ser seguido ou tivessem o raciocínio lógico da função do ônibus no aeroporto.
Daí vem uma preocupação altamente pertinente principalmente para implantadores e analistas de suporte, mas que pode também alcançar a todos os níveis de uma empresa de soluções em informática: precisamos falar a linguagem de nossos clientes.
É claro que seria maravilhoso, e é até ideal, termos um sistema que fosse todo voltado para aquilo e do jeito que o cliente realmente quer, tal como reza a técnica DDD (Domain Driven Design) de desenvolvimento.
Mas, se nosso sistema já está pronto e/ou ele visa a atender uma grande variedade de clientes, das mais diversas regiões de nosso multicultural país, é necessário fazer interfaces um tanto quanto generalizadas. E os clientes entendem isso, sério, mas desde que eles encontrem um mínimo de coisas na linguagem deles, o que na verdade será na linguagem geral.
Já na hora de passar informação para o cliente, seja em um treinamento de implantação de sistema ou em um atendimento de suporte, necessitamos, sim, e sem desculpas do contrário, falar a língua do cliente, sob pena de corrermos o sério risco de não sermos entendidos ou, pior, de o cliente entender de forma errada.
Quer um exemplo?
Sabe aquele papel, ou às vezes caderninho, em que os professores registram as notas, faltas e conteúdos lecionados em suas aulas? Pois é, ele tem vários nomes conforme a região do Brasil em que você esteja. Para uns é 'Diário de Classe', para outros é 'Caderneta' ou, ainda, 'Cadeira' em outras regiões. Já ouvi pessoas falarem que ele se chamava simplesmente 'Caderno' e que 'Diário' (para elas) na verdade era aquele velho conhecido caderninho da coordenação. E cada pessoa que utilize uma diferente nomenclatura jurará de pé junto que a sua é a correta.
É missão nossa, e não do cliente, procurar entendê-lo em suas necessidades e costumes, claro, trazendo isso para nossos sistemas e procedimentos, respondendo às suas questões e descrevendo os novos passos. Com um pouco de carinho, pedagogia e didática, alcançamos até a compreensão dele de que o nosso jeito de fazer é melhor de um ou de outro lado, sendo apenas um pouquinho diferente.
Clientes são Pessoas. Pessoas são diferentes. A empresa que parte do princípio de que todos os seus clientes têm a mesma cabeça e pensamento corre o risco de que eles não embarquem em seus produtos.
http://imasters.uol.com.br/artigo/17479/acessado 09.07.10
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Papi,
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