Quem sou eu
- Marina
- Marmeleiro, Sudoeste do Paraná, Brazil
- Profª de Língua Portuguesa e Pedagoga no Colégio Estadual de Marmeleiro onde construí parte da minha história. E porque sou alma de espírito livre que caminha nesse mundo em busca da essência que me apraz a liberdade, amo e escrevo poesias porque: Às vezes pinto-me nuvem, outras, estrela. Às vezes vida e flores Só pra te amar. Amo e adoro amar o amor. Sou mulher. Sou paixão. Sou Poesia. Sou poeta da poesia. E sou professora.
Hora certa!
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sábado, 31 de maio de 2014
Poema
Sou filha Marina, a segunda das meninas do amor que permitiu o amor de nascer:
Leonel
Irineu Ozires
Percy
E deles muitas outras paixões e filhos são amores
que envolvem o coração da família.
E Maria assim batizada, meninhinha-bebê antes de nascer, primeira filha do amor de meus pais, Deus a levou. Mas ela mora no meu coração.
Porque papai e mamãe sempre se amaram e lhe deram a vida e, logo depois, a mim
e três outros filhinhos.
E a vida abençoou o amor de papai e mamãe.
Solidão
De repente na solidão
Vejo luzes e amores
resplandecentes que cantam a esquerda da vida.
Quero ser feliz, mas não consigo
porque há infelicidades por todo lado.
Sei, no entanto, que minha felicidade está prometida.
Por isso, canto o amor de todos os amores
Os amores da minha paixão
E das paixões por todos os amores que habitam o coração
daqueles que amam o amor assim como eu: solidão.
Nada mais vale a pena?
Crônica
Perdoe-me, poeta, do “Tudo vale a pena, se a alma não é pequena,” Fernando
Pessoa.
Ensinei minha alma não se tornar pequena, e, acredito que, outras, se abraçaram
a mim na mesma comunhão, sonhadoramente, nesse mundo controverso e conturbado.
Caóticas são nossas incertezas, por que será? Por que nos decepcionamos na
busca de sentidos para resolver nossas indagações e crenças?
Oscar
Wilde afirma: “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas
existe”. Será que esse é o medo? Apenas existir?
E
viver, quantos conseguem - realmente?
Perco-me
na angústia quando vejo as almas confabulando para a venda dos bens sagrados –
os valores: o sonho, a dignidade, a verdade, a cidadania, a família, a
educação, o amor.
Nesses
tempos tumultuados e de corrupção, despudoramento, malandragens, falcatruas, e
tantos eteceteras, não se sabe mais se é a questão do “Ser ou não Ser, eis a
questão”?(original em inglês: To be or not to be,
that's the question), da peça teatral (A tragédia de Hamlet, príncipe
da Dinamarca, de William Shakespeare). Shakespeare escreveu magistralmente
sobre o poder e tragédias advindas das circunstâncias, sejamos ou não da
realeza corrupta.
Certamente
o que sei é pouco. E esse pouco é muito porque sou capaz de enxergar a
morte dos ideais - tragédia que nos assoberba dia a dia. E nela vejo
muitas vezes os sonhos de tantas pessoas mergulharem nas profundezas dos seres insanos,
incapazes de destronar indubitavelmente os males e a gravidade que lhes ferra
os sentidos.
Que
pena! Será que nada mais vale a pena? Devemos nos submeter as asperezas
daqueles privilegiados que extorquem a liberdade e produzem os delinquentes?
Recuso-me
a acreditar que isto seja verdade em face da beleza que ainda mora no meu
coração, nas crenças e aprendizagens, que sempre estiveram comigo. Luto com
todas as fibras que arrebatam o mais profundo da minh’alma, do meu “Eu” - da
minha solidão interior - que me deixa, às vezes, alheia, porque preciso entender
o que não quero para mim no ambiente de aprendizagem em que estou inserida, e que
me leva a questionar: Nada mais vale a pena, na escola? A escola é uma farsa:
parece ser apenas um espaço de aprendizagem? De profissionais pouco
comprometidos? De alunos que não querem aprender?
Debato-me
contra tais constatações. Mas reconheço as dificuldades enfrentadas na escola. Ainda
assim, ela é minha casa de desafio. E acredito que venceremos o
descrédito, a deseducação, o descaso, a incompetência que nos são atribuídas,
com professores competentes que buscam na leitura e pesquisa soluções para
resolver as dificuldades de aprendizagem e ambientação escolar – planejando as
aulas, discutindo ações e aprendizagens com alunos e colegas das diferentes
disciplinas.
E que
tenham, além de conhecimentos de sua disciplina, metodologia e recursos
didáticos, o bom senso para resolver situações pontuais que se apresentam
diariamente na sala de aula. Acredito muito no trabalho de profissionais
comprometidos com a causa da educação e que ofereçam subsídios para que os
alunos realmente aprendam e se tornem pessoas autossuficientes em suas
aprendizagens.
Além
disso, creio ser necessário suplantar a postura profissional que reforça a
lógica que nos transforma em mártires desvalidos e sofredores em vista das
circunstâncias: sociais, filosóficas, financeiras, etc. E as dificuldades de
muitos para ensinar para “um mundo melhor”, diante da perversão do que nos
apresentam como suposta causa para ser defendida: “Pensar dá muito trabalho”.
“Estudar, mais ainda” “Aprender sobre a realidade exige esforço e tempo, coisas
mais raras no mundo moderno.” Rodrigo Constantino. Esquerda caviar, p. 49.
E,
assim, após tantas reflexões, quando miro nos olhos dos adolescentes e dos
jovens(rebeldes ou não) que olham para mim, ou, até daqueles que permanecem de
olhos cabisbaixos para receber elogios, ou, quiçá, a reprimenda – penso que
gostaria de ser muito maluca a ponto de gritar algumas verdades(não, apenas,
para eles). Contudo, é comum as pessoas fugirem de suas responsabilidades
porque a realidade é tão difusa que não é possível pagar o preço. Mas isto me
custa horas de sono e de estudos para entender a sociedade e o país em que
vivemos onde a alienação é constante em nome da democracia. Nela os alunos
estão inseridos com seu olhar inconformado ou de desdém causando descrédito, polêmica
e debate. Outros, na frivolidade e arrogância,
divertem-se na banalidade e pouco caso, sentindo-se menos responsáveis por seus
próprios atos perante toda e qualquer regra que venha preservar os bons
costumes e valores apregoados na sociedade das minorias. O importante é se
sentir diferente. Embora poucos saibam o que isto significa.
Há pouco espaço para a geração ”nem isto, nem aquilo” livrar-se do esnobismo e arrogância,
e colocar-se frente a frente à realidade que os cerca assumindo compromissos.
Falta
espaço para a escola compreender tal geração. Falta espaço principalmente para
a própria geração se entender.
terça-feira, 27 de maio de 2014
E de repente
E de repente o medo
alguém sempre está me vigiando
na calada da noite
na solidão das minhas palavras.
Estou só.
E a solidão é a pior forma de castigo
Na noite.
Na noite onde resta apenas
solidão.
segunda-feira, 19 de maio de 2014
As bem-amadas, rainhas do lar
Crônica
Profª Pedagoga - Marina Niceia
Cunha
Colégio
Estadual de Marmeleiro-Ensino Fundamental e Médio
Ao sairmos da sala onde houve discussão sobre o gerenciamento da família e,
consequentemente, dos filhos, percebeu-se que a tarefa ainda é árdua para
muitas mulheres, apesar de estarmos no século XXI.
Postamo-nos incrédulas, sobre o comentário de uma delas do quanto se sentia em
dificuldade para equilibrar o trabalho que exercia fora do lar e seus “deveres
de dona de casa”. Marido e filhos não lhes davam descanso. Nada de colaboração
no lar: porque homens não podem fazer nenhuma tarefa doméstica. “Isto é coisa
de mulher”, de acordo com o marido e concepção repassada aos filhos
automaticamente.
Segundo a Psicóloga Lígia Guerra “muitas vezes a própria mulher colabora para
este conceito, pois faz distinção em casa entre as tarefas dos meninos e das
meninas”. Meninas ajudam a lavar a louça, limpar a casa, etc. Meninos ficam na
sala com o pai vendo televisão ou jogando vídeo game.
Dias atrás um aluno me falou: “lá em casa, minhas irmãs são da mãe; eu e meus
irmãos somos do pai. - É assim pedagoga, vamos “co” pai ao futebol e pescar. A
mãe vai passear “co as” meninas no shopping e fazer as unhas. Suspirei. E
empreendi uma conversa X. Outro me disse: “Minha mãe não trabalha”. Como assim,
interpelei. – “Ela cuida da casa e faz comida”. Mais um: - “Minha mãe, não faz
nada”. Só dorme no sofá. “Nós temos que fazer o serviço”. – Verdade? Explique-me:
- “Tenho um irmão que”... bem, a mãe não consegue dormir à noite pra cuidar
dele”.
Atualmente ainda perduram “as rainhas do lar”, expressão que surgiu durante o
século XVII entre a burguesia. Resgatei-a desses velhos tempos em que a
mãe era submissa ao marido e nem tinha direito de amamentar os filhos porque
existiam as amas de leite, geralmente, negras. As escravas negras
dividiam obrigatoriamente o leite com o filho da sinhazinha. Primeiro deviam
amamentar o filho da Casa Grande, depois o seu. Enquanto isso, a sinhazinha
mãe, mal via o filho. Bastava para algumas mulheres desse tempo enfeitar os
salões de festas na companhia do ” senhor seu marido”. É claro que muitas no
decorrer da história se rebelaram.
Nessa retrospectiva trouxe a história da
mulher-mãe para o tempo em que a família é a “célula da sociedade”, conceito
empregado nos livros de Educação Moral e Cívica, 1969, em pleno regime militar.
(Em 1970, disciplina obrigatória nas 5ªs e 6ªs séries do Curso Ginasial).
A mãe, batalhadora por seus direitos no mercado de trabalho, mas, tímida e,
ainda, submissa, porém responsável de educar e ensinar os filhos -
encontrava-se encarcerada -, embora já se estivessem “queimados os sutiãs em
praça pública”, e a pílula surgira milagrosamente como sinônimo de liberação
sexual e controle da natalidade. Mais a onda do feminismo(movimento social,
filosófico e político) que pregava a libertação da mulher de padrões opressores
baseados em normas de gênero causou grande impacto e mudanças na sociedade da
época refletindo-se, inclusive, nos dias de hoje.
Nesse desenrolar, o pai, historicamente,
figura austera, cujo papel era impor sua vontade, e por ordem no lar,
paralisou-se por alguns tempos, isto é, descaracterizou-se, frente a essa nova
realidade aos moldes femininos, cuja primeira onda teria ocorrido no século XIX
e início do século XX, a segunda nas décadas de 1960 e 1970 e a terceira da
década de 1990 até a atualidade. (Wikipédia. A enciclopédia livre).
Após as reflexões históricas já conhecidas, volto à personagem submissa e sem
nexo de como conduzir a família para que a respeitassem, que me fez escrever
esta crônica, e as mulheres presentes naquele espaço de discussão que se
voltaram imediatamente ao “pobre” marido, desconsiderando-o devido suas
atitudes machistas, o qual passou a ser acusado de vários adjetivos que é
melhor não citá-los. Mas, segundo, ainda, Lígia Guerra, há homens que se
submetem à esposa, tornando-se nulos e explorados pela mesma a ponto dos papéis
se inverterem. O homem deixa inclusive de
ter profissão para fazer o papel de “dono de casa”. Isto se deve, às vezes, a
forma como foi educado pela genitora e também como agia na família o pai. Observam-se,
então, no século XXI, reflexo de outros tempos no papel masculino como marido e
pai: ora ele é machista, ora é “pobre coitado”, sem vontade própria, na análise
feminina, conforme se percebe nas colocações citadas neste texto.
Enfim, a coisa cheia de graça
realmente aconteceu quando após a fatídica reunião, que gerou essa análise,
surgiu a partir do momento que, cada uma compara o próprio marido com o da
outra em relação, ao esposo da minha personagem. Maridos mais ou menos
maravilhosos devido a este ou aquele desempenho doméstico, eram enumerados. E
consideraram-se as bem-amadas, profissionalizadas comparando-se a mulher que se
lamentou. Os risos se sucederam... (Melhor mesmo levar na
brincadeira, embora saibamos que a questão é séria).
Imagine leitor, eu, solteira, no meio de
tantos risos e agraciamento das bem-
casadas aos maridos. Sorriso a meia boca,
ria não sei de quê. Na verdade uma anônima ali,
circunstancialmente. Meio sem graça, deixei de lado meu silêncio e disse-lhes:
- Meu pai quando nasci dispensou “a
comadre” que vinha dar banho em mim. Tradição esta mantida após o parto(em
casa). Uma senhora de idade banhava diariamente a criança até a mãe se
recuperar. Geralmente era convidada depois para ser madrinha, ou, então, a
parteira.
- “Eu mesmo banho minha filha”... E
tomou conta da casa, da mulher e da filha, isto, em 1952.
Saí de fininho da sala, porque todas se
divertiam com seus próprios comentários sobre os cônjuges, as rainhas do lar,
as bem-amadas, resolvidas. Quem iria dar atenção às colocações de uma
mulher solteira - por opção - sobre as qualidades de um homem – meu pai, além
do seu tempo?
sábado, 10 de maio de 2014
apenas
A vida é assim
Não deu certo
deleta-se.
Mas
sempre há os poréns.
por isso acredito
Em Deus e na beleza
da vida.
Não deu certo
deleta-se.
Mas
sempre há os poréns.
por isso acredito
Em Deus e na beleza
da vida.
Canção para um amor eterno
Noite fria
Como está fria esta noite
Música ao longe "atasana" meu desassossego
Estou só. A solidão d'alma me envolve
Não quero ouvir esse barulho todo lá fora
Apenas a batida do meu coração
Teclo paixão.
Solidão, minha solidão
Nesta noite fria
Ai, solidão.
olho pra mim e vejo o Eu de quem não está mais comigo
Me resta, então, apenas solidão
Sinto-me só
e nos olhos da vida há falta de amor
acontece por falta de você
Solidão!
A falta de Amor e de você
Amor, amor e amor
Ai que solidão
Choro o silêncio das almas sofredoras:
Eu só quero amor
Amor, Amor
Eu só quero amor
Quero ouvir
Você falar que me ama, amor
Por isso teclo amor e paixão
Eu te amo amor do meu coração
Eterno amor.
As bem-amadas-rainhas do lar
Crônica
Ao sairmos
da sala onde houve discussão sobre o gerenciamento da família e,
consequentemente, dos filhos, percebeu-se que a tarefa ainda é árdua para
muitas mulheres, apesar de estarmos no século XXI.
Postamo-nos incrédulas, sobre o
comentário de uma delas do quanto se sentia em dificuldade para equilibrar o
trabalho que exercia fora do lar e seus “deveres de dona de casa”. Marido e
filhos não lhes davam descanso. Nada de colaboração no lar: porque homens não
podem fazer nenhuma tarefa doméstica. “Isto é coisa de mulher”, de acordo com o
marido e concepção repassada aos filhos automaticamente.
Segundo a
Psicóloga Lígia Guerra “muitas vezes a própria mulher colabora para este
conceito, pois faz distinção em casa entre as tarefas dos meninos e das
meninas”. Meninas ajudam a lavar a louça, limpar a casa, etc. Meninos ficam na
sala com o pai vendo televisão ou jogando vídeo game.
Dias atrás
um aluno me falou: “lá em casa, minhas irmãs são da mãe; eu e meus irmãos somos
do pai. - É assim pedagoga, vamos “co” pai ao futebol e pescar. A mãe vai
passear “co as” meninas no shopping e fazer as unhas. Suspirei. E empreendi uma
conversa X. Outro me disse: “Minha mãe não trabalha”. Como assim, interpelei. –
“Ela cuida da casa e faz comida”. Mais um: - “Minha mãe, não faz nada”. Só
dorme no sofá. “Nós temos que fazer o serviço”. – Verdade? Explique-me: - “Tenho
um irmão que”... bem, a mãe não consegue dormir à noite pra cuidar dele”.
Atualmente
ainda perduram “as rainhas do lar”, expressão que surgiu durante o século XVII
entre a burguesia. Resgatei-a desses
velhos tempos em que a mãe era submissa ao marido e nem tinha direito de
amamentar os filhos porque existiam as amas de leite, geralmente, negras. As escravas negras dividiam obrigatoriamente
o leite com o filho da sinhazinha. Primeiro deviam amamentar o filho da Casa
Grande, depois o seu. Enquanto isso, a sinhazinha mãe, mal via o filho. Bastava
para algumas mulheres desse tempo enfeitar os salões de festas na companhia do ” Senhor seu Marido”. É claro que muitas no decorrer da história se rebelaram.
Nessa retrospectiva trouxe a história
da mulher-mãe para o tempo em que a família é a “célula da sociedade”, conceito
empregado nos livros de Educação Moral e Cívica, 1969, em pleno regime militar.
(Em 1970, disciplina obrigatória nas 5ªs e 6ªs séries do Curso Ginasial). A mãe, batalhadora por seus direitos no
mercado de trabalho, mas, tímida e, ainda, submissa, porém responsável de
educar e ensinar os filhos - encontrava-se encarcerada -, embora já se
estivessem “queimados os sutiãs em praça pública”, e, a pílula surgira
milagrosamente como sinônimo de liberação sexual e controle da natalidade. Mais
a onda do feminismo(movimento social, filosófico e político que pregava a
libertação da mulher de padrões opressores baseados em normas de gênero causasse grande impacto e mudanças na sociedade da época, refletindo-se, inclusive, nos
dias de hoje.
Nesse desenrolar, o pai,
historicamente, figura austera cujo papel era impor sua vontade e por ordem no
lar, paralisou-se por alguns tempos, isto é, descaracterizou-se, frente a essa
nova realidade aos moldes femininos, cuja primeira onda teria ocorrido no
século XIX e início do século XX, a segunda nas décadas de 1960 e 1970 e a
terceira da década de 1990 até a atualidade. (Wikipédia. A enciclopédia livre).
Após as
reflexões históricas já conhecidas, volto à personagem submissa e sem nexo de
como conduzir a família para que a respeitassem que me fez escrever esta
crônica, e as mulheres presentes naquele espaço de discussão que se voltaram
imediatamente ao “pobre” marido, desconsiderando-o devido suas atitudes
machistas, o qual passou a ser acusado de vários adjetivos que é melhor não citá-los.
Mas, a coisa cheia de graça realmente
aconteceu quando após a fatídica reunião, cada uma compara o próprio marido com
o da outra em relação ao esposo da minha personagem. Maridos mais ou menos
maravilhosos devido a este ou aquele desempenho doméstico, eram enumerados. E
consideraram-se as bem-amadas profissionalizadas comparando-se a mulher que se
lamentou. Os risos se sucederam...
Imagine leitor, eu, solteira, no meio
de tantos risos e agraciamento das bem-
casadas aos maridos. Sorriso a meia boca, ria não sei de
quê. Na verdade uma anônima ali,
circunstancialmente. Meio sem graça,
disse-lhes:
- Meu pai quando nasci dispensou “a comadre”
que vinha dar banho em mim. Tradição esta mantida após o parto(em casa). Uma
senhora de idade banhava diariamente a criança até a mãe se recuperar.
Geralmente era convidada depois para ser madrinha, ou, então, a parteira.
- “Eu mesmo banho minha filha”... E tomou
conta da casa, da mulher e da filha, isto, em 1952.
Saí de fininho da sala, porque todas
se divertiam com seus próprios comentários sobre os cônjuges, as rainhas do
lar, as bem-amadas, resolvidas. Quem
iria dar atenção às colocações de uma mulher solteira - por opção - sobre as
qualidades de um homem – meu pai, além do seu tempo?
quinta-feira, 1 de maio de 2014
Solidão
Olho-me.
Sinto o olho de quem quer ver
além da alma e do silêncio
Sinto-me cansada.
Procuro a Lua.
E absorvo-me na prática da vida
Encantada.
Onde está o Sol
Para amanhecer?
Sinto o olho de quem quer ver
além da alma e do silêncio
Sinto-me cansada.
Procuro a Lua.
E absorvo-me na prática da vida
Encantada.
Onde está o Sol
Para amanhecer?
Pais e filhos
Quantos morrem
Quantos matam
Meu Deus!
Filhos se vão. Mortos no coração.
Crianças são assassinadas, mutiladas
por falta de amor e compaixão.
Pais incautos não aprenderam a amar
E tem filhos do sexo num momento de prazer
Prazer que dizem ser amor.
E todos estão por aí - sós:
Pais e filhos.
Mas só resta a solidão para os filhos
abandonados, ultrajados: os filhos do sexo e da ilusão.
E os pais onde estão?
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