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terça-feira, 10 de julho de 2012

Poema-Prosa

Meus sonhos,
meus moinhos de vento
Meus sonhos movem-se lentamente
meus moinhos de sonhos
Meus moinhos de farinha de beiju.
Meus sonhos!
Meus moinhos ainda vivem na lembrança
que carrego pesadamente nas costas:
as velhas sacas de farinha
pra moer os sonhos depositados no monjolo.
O tempo passou...
 - Não mais sou Dom Quixote.
 -Nem Dulcinéia.

Onde estão meus sonhos?
Morreram os moinhos d´água.
Morreram os soques de farinha.
Morreram os monjolos
e os beijus torradinhos com açúcar amarelo
das avós que adoçavam
os beijos de paixão no calor do forno
e no sapeco da erva-mate.
Morreu a tradição.
E agora nos restam os Moinhos de Vento -
- Eólicos a enfeitar os velhos campos
Luto mais contra os moinhos de vento
que me atormentam a razão.
Cadê meu Sancho Pança?

Tão bom era ser criança!
E ouvir as histórias dos velhos moinhos
Que socavam a farinha para o beiju
A farinha de beiju
E polvilhavam docemente os sonhos
De quem ainda tem história para poetisar.

Poema escrito a partir das histórias contadas por minha mãe.
Marmeleiro, 10.07.12

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