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quinta-feira, 3 de abril de 2014

O morto


O pobre homem jazia esquelético e pálido
na caixa eterna.
No rosto e mãos entrelaçadas a cor da morte.
Apesar do sofrimento que tivera em vida para deixar esta existência
Mostrava- se calmo, enigmático.

Na sala do morto os vivos disfarçam o medo e a incredulidade: do fim.
Sorrisos abafados, conversas a meia voz, olhares pra este ou aquele.
Um entra e sai consternado; as lágrimas nos olhos dos mais chegados.
As rezadeiras rezam as orações encomendando o morto a Deus.
O silêncio é rompido pelos lamentos e lágrimas de quem amou aquele
que jazz na caixa eterna dali a pouco na terra fria.

Benzem-se os vivos frente ao morto em sinal de respeito, cabisbaixos.
Afinal, ele merece o gesto: viveu a vida terrena e se encaminhou para o eterno.
E os vivos se perguntam frente ao defunto – quando será minha vez?


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