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domingo, 22 de setembro de 2013

O que a idade pode fazer por você

Crônica

Ao ler no Jornal de Beltrão que Dr. Kit Abdala dera seu último voo para habitar nas estrelas, surpreendi-me, apesar de não conhecê-lo pessoalmente, apenas pela leitura de seus livros e reportagens publicadas sobre tão renomado profissional.
Já afirmei em textos anteriores, que algumas pessoas não as conhecemos fisicamente, contudo acabamos fazendo até amizade com elas quando lemos o que as mesmas escrevem, e essa empatia ninguém tira do escritor e leitor. Pessoalmente, amo essa relação com os escritores que mais admiro e que me transformaram numa escrevente e leitora. Quanto mais leio seus escritos, mais me apaixono.
 E num certo dia descobri Dr. Kit, escritor, no seu primeiro livro, no consultório do oftalmologista. Confesso que me atraiu sua narrativa, entremeada de humor cativante sobre..., entretanto, o livro lá ficou. Que vontade de levá-lo comigo. Lembrei-me da Menina que Roubava Livros(Markus Zusak), não sendo mais menina, nem personagem, deixei-o pesarosa. Mais tarde o JdeB me enviou os exemplares. Li avidamente. Diverti-me com as colocações. Refleti, sorri, relembrei parte da história do sudoeste que conhecia, viajei com ele. Sugeri a leitura aos meus alunos. Um dos livros seguiu para Curitiba destinado ao Dr. Celso Carlos Ribeiro que iniciou a leitura em minha casa.
Após homenagem ao médico que escrevia quero me ater a outras pessoas de “a melhor idade”. Particularmente, essa metáfora me parece pejorativa, pois não são todas as pessoas velhas, idosas que fazem parte da “melhor idade”, e não é meu objetivo discutir a situação dos idosos em nosso país neste momento. Meu objetivo são colocações sobre o que a idade pode fazer por nós.
 Percebi primeiramente nos meus 61 anos que muitas pessoas têm medo ou vergonha de dizer a idade, ou a disfarçam de várias formas. Não preciso dizer quais, pois o leitor sabe dos recursos utilizados hoje.
Por outro lado, os mortais do século XXI crescem impregnados de toda a corrupção dos meios de comunicação para continuar jovens desde a mais tenra idade, não importa o preço. E o medo de envelhecer é inerente nesta sociedade consumista e, por conseguinte as pessoas sentem medo e vergonha da velhice.
 Os jovens da atual sociedade, no entanto desdenham os que ultrapassaram a barreira do tempo. Mas a minoria não se prepara para enfrentar o próprio envelhecimento. O que vale é “curtir” o momento e seguir os ditames da moda, salvo exceções.
Os questionamentos sobre o que a idade pode fazer por nós após essas constatações têm a ver com a forma das pessoas verem a própria vida e o que podem melhorar porque a “curtição” pode ser boa, porém através dela devem-se buscar formas de mudar o mundo próximo a nós, pois a mediocridade, a descrença, a incompetência imperam diariamente.Todavia há pouca poesia, amor, compreensão, entendimento e sabedoria.
Enfim, os anos que vivemos são apenas um tempo em nossas vidas. Para uns mais, outros menos. O que importa é que ao partirmos para os Campos Elíseos, ela tenha feito a diferença por aqui. E temos algum tempo para isso.Eu continuo uma menininha pronta para aprender.


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