Ao ler no Jornal
de Beltrão que Dr. Kit Abdala dera seu último voo para habitar nas estrelas,
surpreendi-me, apesar de não conhecê-lo pessoalmente, apenas pela leitura de
seus livros e reportagens publicadas sobre tão renomado profissional.
Já afirmei em
textos anteriores, que algumas pessoas não as conhecemos fisicamente, contudo
acabamos fazendo até amizade com elas quando lemos o que as mesmas escrevem, e
essa empatia ninguém tira do escritor e leitor. Pessoalmente, amo essa relação com
os escritores que mais admiro e que me transformaram numa escrevente e leitora.
Quanto mais leio seus escritos, mais me apaixono.
E num certo dia descobri Dr. Kit, escritor, no
seu primeiro livro, no consultório do oftalmologista. Confesso que me atraiu
sua narrativa, entremeada de humor cativante sobre..., entretanto, o livro lá
ficou. Que vontade de levá-lo comigo. Lembrei-me da Menina que Roubava
Livros(Markus Zusak), não sendo mais menina, nem personagem, deixei-o pesarosa.
Mais tarde o JdeB me enviou os exemplares. Li avidamente. Diverti-me com as
colocações. Refleti, sorri, relembrei parte da história do sudoeste que
conhecia, viajei com ele. Sugeri a leitura aos meus alunos. Um dos livros
seguiu para Curitiba destinado ao Dr. Celso Carlos Ribeiro que iniciou a
leitura em minha casa.
Após homenagem
ao médico que escrevia quero me ater a outras pessoas de “a melhor idade”. Particularmente,
essa metáfora me parece pejorativa, pois não são todas as pessoas velhas,
idosas que fazem parte da “melhor idade”, e não é meu objetivo discutir a
situação dos idosos em nosso país neste momento. Meu objetivo são colocações sobre
o que a idade pode fazer por nós.
Percebi primeiramente nos meus 61 anos que
muitas pessoas têm medo ou vergonha de dizer a idade, ou a disfarçam de várias
formas. Não preciso dizer quais, pois o leitor sabe dos recursos utilizados
hoje.
Por outro
lado, os mortais do século XXI crescem impregnados de toda a corrupção dos
meios de comunicação para continuar jovens desde a mais tenra idade, não
importa o preço. E o medo de envelhecer é inerente nesta sociedade consumista e,
por conseguinte as pessoas sentem medo e vergonha da velhice.
Os jovens da atual sociedade, no entanto
desdenham os que ultrapassaram a barreira do tempo. Mas a minoria não se
prepara para enfrentar o próprio envelhecimento. O que vale é “curtir” o
momento e seguir os ditames da moda, salvo exceções.
Os
questionamentos sobre o que a idade pode fazer por nós após essas constatações têm
a ver com a forma das pessoas verem a própria vida e o que podem melhorar porque a “curtição”
pode ser boa, porém através dela devem-se buscar formas de mudar o mundo
próximo a nós, pois a mediocridade, a descrença, a incompetência imperam
diariamente.Todavia há pouca poesia, amor, compreensão, entendimento
e sabedoria.
Enfim, os anos
que vivemos são apenas um tempo em nossas vidas. Para uns mais, outros menos. O
que importa é que ao partirmos para os Campos Elíseos, ela tenha feito a
diferença por aqui. E temos algum tempo para isso.Eu continuo uma menininha pronta para aprender.
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