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sábado, 29 de junho de 2013

“Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria...”.
Monte Castelo
Renato Russo

Meus sonhos
                                                       
Meus moinhos de vento.
Meus sonhos movem meus moinhos de sonhos
Meus moinhos de farinha de beiju.
Meus sonhos
Meus moinhos
Carrego nas costas as sacas de farinha pra moer os sonhos
Depositados no monjolo.
Não sou mais Dom Quixote.
Onde estão meus sonhos?
Morreram os moinhos d’ água
Morreram os soques de farinha
Morreram os monjolos
Os beijus torradinhos com açúcar das minhas avós: Maria Rodrigues Carneiro e Alvina Sheffler Cunha.
Beijus de paixão no calor do forno, um sacrifício para a mulher desse tempo.
Mas satisfação à mesa quando a família se fartava.
E como posso esquecer ainda as palavras da minha mãe que me conta sempre que recordamos as histórias da família. Viajamos pelo o sapeco da erva-mate lá pras bandas de Valinhos(Guaraúna)
das minhas avós e bisavós.Avôs e bisavôs.
Meus pais: João e Emília.
É a história que agora conheço.
Morreu a tradição. O mundo dos sonhos? Da família? Não. Porque outros sonhos que sonhamos e outras vidas estão vivos pra amar as outras vidas que amaram os sonhos da família.
E agora o que resta são os moinhos de vento
Eólicos
Luto mais contra esses moinhos de vento que atormentam meus sonhos
E busco neles o sonho de encantamento de uma história de amor de Dulcinéia
Cadê meu Dom Quixote?
Cadê meu escudeiro Sancho Pança?
Cadê meus sonhos? Cadê?
                                             Anoitecer no fundo do meu quintal

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