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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

A velha


Sou uma velha senhora
E tenho bons modos
Ando vagarosamente
E nunca incomodo
Planto meu jardim
De rosas vermelhas
Beijo meus pássaros
E a terra onde nasci
Sou eles e eles são eu.

Cubro-me de ternura
Guardo na alma o cântico do amor
Sinto-me apenas uma certeza
Da vida poderosa no caminho dos ventos
Onde o pensamento vale os roseirais
e o voo dos pássaros
do sonho e da vida que vivi.

Aprendiz dos meus próprios cantos
Poetizo os inéditos langores
- dos versos que escrevi.
Poetizo a memória do tempo no tempo
À medida que o meu tempo se desgasta
Abençôo uma saudade antiga
Resguardada na criança que secretamente
 - escreve em mim.

Permaneço nos versos
Canto as ausências
As rimas desatentas
Do amor antigo
O desvario dos amantes
As quimeras da adolescência
O olhar do menino e da menina
Presos em si.

Sou uma velha senhora.
Que escreve e que planta sonhos
Que acredita nos pássaros e nas flores
E no ser já não tão humano
Perdido neste mundo de coisas duras
E sem solução.

Sou a velha senhora:
Poesia
Você pode acreditar em mim.

E em todos os sonhos e quimeras
Do tempo que vivi e você prendeu-se em mim
Em versos e rimas de poesia
Que escrevi no coração do amor e dos versos
Para a mulher.
Eu sou a poesia
Velha
Que sempre se remoça
Em cantos, nos versos sem rimas
Apenas versos de amor à flor da fina poesia

Eu sou a Lua.


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