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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Viagem a Porto de Galinhas


Minhas férias este ano tiveram alguns dias maravilhosos.
Venci dois medos: viajar de avião(minha primeira vez), e deixar por alguns dias papai e mamãe.
Afinal acostumada estou tirar uma semana numa das praias do Paraná, em janeiro, e voltar sem muita novidade.
Dessa vez o destino era Porto de Galinhas, Nordeste do Brasil. Aventura enorme para mim.
Costumo sempre no final de dezembro ou início de janeiro, escrever minhas metas a curto e longo prazo.
As de curto prazo alcançáveis durante o ano, por exemplo,elimino-as e aperfeiço-as e as de longo prazo, repito-as na lista novamente.
Essa viagem ao Nordeste está no meu caderno desde 2003. Graças ao convite do meu querido irmão Leonel lá fui eu conhecer um pouquinho do Nordeste.
A viagem voando pelos céus foi emocionante. Olhar as nuvens daqui da terra é uma beleza, mas vê-las das alturas, passar entre elas, é emoção indiscritível.
Na ida: Curitiba-Brasília-Recife(alguns km de carro) e estávamos em Porto de Galinhas. Na volta: Recife-Rio de Janeiro-Curitiba.
Todos que perguntam: - Por que Porto de Galinhas?
A história relatada pelo motorista da casa onde nos hospedamos é a seguinte:
Quando o tráfico de escravos foi proibido, os senhores de escravos ainda necessitavam deles para o cultivo da cana-de-açúcar, produto ainda cultivado na região Nordeste; então, para evitar de serem pegos traficando negros, os colocavam nos porões dos navios e disfarçavam a "carga" com galinhas de Angola. Note-se que esses escravos vinham mais da região de Angola. Daí, o nome do Porto de Galinhas.
Por todo lugar que se vai, há "galinhas" para vender como lembrança aos turistas.
As "Galinhas de Angola" estão em tudo: orelhões, panelas, artesanatos, expostas nas ruas para se tirar fotografias, enfeitando as residências... As "galinhas" se tornaram "prata da casa", melhor dizendo, ouro. Quanto aos afrodescendentes, por certo, a história não lhes valorizou tanto quanto mereciam!Grande parte deles trabalham no plantio e corte de cana, de empregados nos mais diversos setores... Não consegui descobrir se havia afrodescendentes com poder aquisitivo alto naquela região. Muitos usam a terminologia "doutô", "sinhô".
Para mim, Professora de Português, foi uma aula maravilhosa, observar as variantes linguísticas "in loco". Lá é comum se falar "muvuca" - quando há muito movimento de pessoas; "mar mexido" - muitas ondas; "biscateiro" - vendedor de tudo.
No começo era difícil entender o sotaque deles e eles o nosso. Dez vez em quando saía um Ahnnnnn! Mas a língua portuguesa é maravilhosa e nos oferece imensidade de palavras para facilitar a comunicação. Ao final dos 15 dias, já brincávamos com os diferentes falares.
As ruas de Porto de Galinhas são estreitas, abarrotadas de lojas, restaurantes, gente que não acaba mais. A comida(não tive o prazer de experimentar), pois minha gastrite teimou em acabar comigo durante a estadia. Mas os pratos são regados a azeite de dendê, leite de coco, coentro. É muito frutos do mar. Há comida para vários gostos e bom estômago.
Falando em bom estômago para se achar comprimidos nas farmácias para dar uma melhorada no pobres intestinos, era uma verdadeira romaria.
Não é somente a comida que faz sofrer os estômagos mais sensíveis, mas o calor é sempre em torno de 38, 40 graus.
Tudo muito caro. Lá observei que o preço começa sempre com 100 reais. Poucas coisas são de menor preço. Os olhos pasmam diante de tanta coisa linda! Ao virar a etiqueta, o susto! Também quem manda ganhar pouco, eheheheeh.
Por falar nisso, observei o seguinte: há os muito ricos e os muito pobres.
Nos condomínios é tradição a família trabalhar para o patrão. O patrão confia nos empregados que cuidam da casa durante sua ausência. Todos de origem afro.
Várias vezes puxei conversar com alguns sobre esse sistema e se havia muita violência nos locais onde moravam e eles deram respostas lacônicas, desconversando.
Um guia me disse:- É o que aparece na TV. Não dá pra negar.
As praias são maravilhosas! Muitas pedras e recifes. Essa é a diferença das nossas aqui no Paraná. Areia grossa e pesada. Água morna e límpidas. Por onde passamos, não vimos poluição no mar.
Realmente são verdadeiros paraísos.
E para acrescentar cultura Olinda, Recife. Impossível escrever tudo aqui.
Valeu a pena! Ah, se valeu!

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